Economia

Taxa de desemprego desaba nas cidades próximas a Brasília

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postado em 26/09/2008 09:01
Quem está à procura de emprego no Distrito Federal deve ficar atento às oportunidades oferecidas pelas cidades vizinhas a Brasília. Elas podem ser o mapa da mina para quem está de fora do mercado de trabalho, pois apesar de ainda terem taxas de desemprego maiores que o Plano Piloto, é nessas áreas onde os índices de desocupação estão caindo mais rapidamente. Pesquisa do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que a região que engloba Brazlândia, Ceilândia, Samambaia, Paranoá, São Sebastião, Santa Maria e Recanto das Emas, por exemplo, onde o índice de desemprego, que chegou a 31,1% em agosto de 2003, fechou o mês passado com 18,9%. O grupo formado por Gama, Taguatinga, Sobradinho, Planaltina, Núcleo Bandeirante, Guará, Cruzeiro, Candangolândia e Riacho Fundo, que teve recorde de desemprego em agosto de 1999, com 20,3%, chegou ao mês passado com 14,3%. Shalma foi contratada como caixa em um supermercado em Riacho Fundo Motores da contratação Comércio e serviços são os principais motores da criação de novos postos de trabalho nessas áreas, conforme detalhamento feito pelo Dieese a pedido do Correio. Planaltina é a recordista no aumento de vagas no comércio local. De janeiro a agosto, o número de empregos no setor cresceu mais de 40% na comparação com o mesmo período do ano passado. No setor de serviços, a campeã é Brazlândia, com 35,2% de funcionários a mais que 2007. Riacho Fundo é destaque tanto no comércio, com criação de vagas 11,7% além do ano anterior, quanto em serviços, com 28,5% (veja mapa). ;O índice de desemprego das cidades próximas a Brasília ainda é mais alta, mas é nessas áreas que o percentual cai mais rapidamente;, ressalta Adalgiza Lara, coordenadora da pesquisa. ;Brasília não tem muito mais para onde crescer, além de ser a maior concentração de servidores públicos do país. Por isso, onde está se investindo são nas cidades vizinhas, muito impulsionadas também pelas obras do poder público;, observa. Riacho Fundo retrata bem essa situação. Só o supermercado Caíque contratou, de uma só vez, 80 pessoas. ;Apesar de aqui já ter vários supermercados, percebemos que ainda não havia nenhum na região das chácaras, o que foi uma boa oportunidade. Tem espaço para todo mundo. E o diferencial é o atendimento ao cliente;, relata a gerente Xirlene Martins. Shalma Cecília Alves de Oliveira, contratada como caixa, foi uma das contempladas. ;Estava procurando emprego há muito tempo, mas nunca consegui uma oportunidade. Tenho uma filha de um ano, sempre quis trabalhar, mas só agora consegui;, desabafa. Falta imóvel João Francisco Neto, presidente da Associação Comercial de Riacho Fundo, conta que o comércio da cidade está tão aquecido que está faltando imóvel para alugar. Empresários também têm ;descoberto; a região. ;Está sendo construído um shopping na cidade, que deve ficar pronto no ano que vem;, diz. Segundo Neto, supermercados, farmácias, salões de beleza e pizzarias são os maiores empregadores. Em Planaltina, a ida de grandes redes varejistas, como Ricardo Eletro, Casas Bahia e Ponto Frio beneficiou o comércio local. ;Com a concorrência, todo mundo se mexe, senão desaparece. Vários lojistas dobraram as lojas de tamanho e o número de funcionários;, afirma Evandro Ximenes Menezes, presidente da Associação Comercial de Planaltina. Fernando Brites, presidente das Federações das Associações Comerciais e Industriais do DF, atribui parte do crescimento do emprego nessas localidades às obras de infra-estrutura do governo, que absorveram grande contingente de pessoas na construção civil. ;O setor produtivo se beneficia como um todo. As pessoas empregadas na construção civil passam a consumir na região onde estão trabalhando, estimulando o comércio e a indústria;, explica. O presidente da Federação do Comércio do Distrito Federal (Fecomércio-DF), senador Adelmir Santana, tem a mesma opinião. ;A construção de estradas e avenidas estimula o comércio nas cidades próximas a Brasília. Por isso, o índice de desemprego tem caído tanto e é o menor dos últimos anos e o comércio, crescido nos últimos trimestres;, diz. Nos últimos 12 meses, a região que engloba Planaltina e outras cidades foi a que registrou a maior queda, passando de 22% em agosto de 2007 para 18,9% no mês passado. Na região que inclui Brazlândia e Riacho Fundo, o índice caiu de 16,3% para 14,3% e, no Plano Piloto, a taxa ficou estável, em 8,8%.

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