Economia

Bolsas européias fecham em baixa com atraso em aprovar pacote nos EUA

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postado em 26/09/2008 14:02
As Bolsas européias tiveram um novo dia de perdas e fecharam em queda, com o impasse nos EUA entre governo e congressistas - principalmente republicanos - sobre a aprovação do pacote de US$ 700 bilhões em ajuda às empresas financeiras. A Bolsa de Londres fechou em baixa de 2,09%, com 5.088,47 pontos; a Bolsa de Paris teve queda de 1,50%, ficando com 4.163,38 pontos; a Bolsa de Frankfurt caiu 1,77%, indo para 6.063,50 pontos; a Bolsa de Milão teve perda de 1,50%, fechando com 20.598 pontos; a Bolsa de Amsterdã despencou 4, fechando com 354,58 pontos; e a Bolsa de Zurique teve baixa de 1,87%, caindo para 6.815,52 pontos. Hoje, o líder democrata no Senado dos EUA, Harry Reid, disse que o Congresso adiará o recesso parlamentar até que se chegue a um acordo sobre o pacote de ajuda financeira, de US$ 700 bilhões. O Congresso entraria em recesso hoje. "Entendemos a urgência em lidar com a situação", disse reid. O presidente George W, Bush, por sua vez, voltou à TV hoje para dizer que o governo vai conseguir aprovar o pacote. "Precisamos rapidamente de um plano de resgate dos bancos em dificuldades", afirmou. Ele disse que há desacordos sobre determinados aspectos do pacote, mas que não há discordância sobre a necessidade de se fazer algo para evitar maiores danos à economia. Ontem, a reunião na Casa Branca entre Bush, congressistas, o secretário do Tesouro, Henry Paulson, e os candidatos à Presidência dos EUA, Barack Obama (democrata) e John McCain (republicano), terminou em impasse, devido à rejeição dos republicanos à proposta do governo. Apesar da disposição em aprovar a medida, o presidente do Comitê de Bancos do Senado, o democrata Christopher Dodd, disse que a exigência de prestação de contas por parte do Departamento do Tesouro sobre o uso dos US$ 700 bilhões para comprar títulos "podres" - como papéis lastreados em hipotecas "subprime" (de maior risco), por exemplo - e a limitação às remunerações dos executivos das empresas que se beneficiarem com o plano são itens não-negociáveis. Além disso, o banco de poupança e investimentos ("savings & loans") Washington Mutual (WaMu) foi fechado pelo governo dos EUA na maior falência de um banco na história do país, ampliando uma lista de instituições que já sofreram impactos da crise, como os bancos de investimentos Lehman Brothers e Merrill Lynch, a seguradora AIG e as duas gigantes hipotecárias americanas, Fannie Mae e Freddie Mac. As ações do grupo financeiro belgo-holandês Fortis caíram 15%, com as preocupações sobre a solvência da instituição. Ainda entre os bancos, caíram as ações do Royal Bank of Scotland (-7%) e do Credit Suisse (-6,6%). "O plano de Paulson está se entrelaçando com a eleição presidencial e, em muitos aspectos, isso não poderia acontecer em um momento pior", disse o analista Gary Thomson, da CMC Markets, ao provedor de informações financeiras MarketWatch. Hoje, com apoio do Federal Reserve (Fed, o BC americano), o Banco da Inglaterra (BC britânico), o BCE (Banco Central Europeu) e o Banco Nacional da Suíça ofereceram US$ 74 bilhões em empréstimos de uma semana. O analista de economia da BBC Andrew Walker disse que os problemas estão sendo agravados pela incapacidade do Congresso americano de chegar a um acordo sobre o plano de socorro ao setor. Bancos privados estão apelando a seus bancos centrais por empréstimos porque o custo destas operações entre si já é o maior em mais de dez anos. Nos três leilões realizados na Europa, a procura por dólares foi maior que a oferta.

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