Economia

Citigroup e Wachovia negociam possível fusão, diz jornal

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postado em 26/09/2008 18:58
O banco Wachovia - quarto maior banco dos EUA - iniciou negociações preliminares com o Citigroup sobre uma possível fusão, segundo publicou o site do jornal norte-americano The New York Times nesta sexta-feira (26/09). Estas negociações estão em fase inicial, no entanto, nenhum acordo deve sair delas ainda, disseram fontes envolvidas no assunto à publicação. O Wachovia, um grande banco com sede em Charlotte, esteve no meio das tensões sobre os sistema financeiro nas últimas semanas e voltou à cena hoje após a compra do Washington Mutual pelo JPMorgan Chase. Um porta-voz do Wachovia não comentou a informação sobre as negociações com o Citigroup, no entanto, segundo o The New York Times. Se o negócio se concretizar, o Citigroup vai se associar a um dos mais importantes bancos de varejo nos EUA. Na semana passada, fontes ouvidas pelo diário americano The New York Times também disseram que o banco americano de investimentos Morgan Stanley vinha considerando uma eventual fusão com o Wachovia ou mesmo algum outro banco. O Morgan Stanley interrompeu, no entanto, as negociações de uma eventual fusão com o Wachovia depois que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) aceitou a proposta de transformar tanto o Morgan como o Goldman Sachs em holdings, segundo fontes ouvidas pelo diário britânico Financial Times. O estopim da crise financeira ocorreu na segunda-feira (15/09) com a quebra do banco de investimentos Lehman Brothers; a instituição pediu concordata, devido à falta de crédito junto a outras instituições bancárias e à recusa do governo em destinar recursos para reforçar seu caixa. Além disso, o Merrill Lynch foi vendido ao Bank of America e a seguradora AIG recebeu ajuda de US$ 85 bilhões do Fed. Socorro. Para evitar que a crise viesse a causar uma escassez de crédito no sistema bancário mundial, seis dos principais bancos centrais do mundo anunciaram uma ação coordenada para enfrentar a crise; o Banco do Japão, o Fed, o BCE (Banco Central Europeu), o Banco da Inglaterra (BC do Reino Unido), o SNB (Suíça) e o Banco do Canadá injetaram na economia mais de US$ 200 bilhões. No sábado (20), o governo do presidente George W. Bush propôs um resgate de US$ 700 bilhões para o setor financeiro durante dois anos, informou a imprensa local, citando um projeto de três páginas enviado ao Congresso. O plano daria ao secretário do Tesouro, Henry Paulson, autoridade para comprar até US$ 700 bilhões em ativos relacionados às hipotecas para dissipar a grave crise financeira, segundo a imprensa norte-americana. O pacote também permitirá aumentar o limite da dívida pública para US$ 11,3 trilhões e conceder ao secretário do Tesouro a autoridade para comprar, vender e manter hipotecas residenciais e comerciais, assim como garantias baseadas nessas hipotecas. Impasse O Congresso e o governo dos Estados Unidos estão em negociação sobre a aprovação do projeto. Ontem, reunião entre George W. Bush, congressistas, o secretário do Tesouro, Henry Paulson, e os candidatos à Presidência dos EUA, Barack Obama (democrata) e John McCain (republicano) acabou sem solução. Horas antes, democratas e republicanos haviam sinalizado com um acordo para aprovação rápida do pacote no Congresso. Hoje, Bush disse em pronunciamento na TV que o governo vai conseguir aprovar o pacote de ajuda a setor financeiro, de US$ 700 bilhões, proposto no sábado (20/09). "Precisamos rapidamente de um plano de resgate dos bancos em dificuldades", disse, acrescentando que há desacordos sobre determinados aspectos do pacote, mas que não há discordância sobre a necessidade de se fazer algo para evitar maiores danos à economia. A porta-voz da Casa Branca, Dana Perino, disse nesta sexta-feira que um acordo entre governo e Congresso sobre a forma final do plano de resgate pode estar pronto na segunda-feira (29/09).

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