Economia

Reino Unido confirma nacionalização do banco Bradford & Bingley

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postado em 29/09/2008 08:31
O governo britânico confirmou a nacionalização do banco Bradford & Bingley e a venda de parte de seu negócio ao espanhol Santander. A nacionalização foi oficializada nesta segunda-feira (29/09), após um fim de semana de negociações. Em comunicado divulgado pelo Departamento de Economia do Reino Unido, o banco informa que sua venda ocorre devido às dificuldades financeiras enfrentadas em meio à crise americana. "As contas da clientela e a rede de sucursais serão assumidas por Abbey. Os detalhes serão conhecidos mais adiante", disse na madrugada desta segunda, um porta-voz do Santander, também dono do banco britânico Abbey. Minutos antes, o regulador dos serviços financeiros do Reino Unido (FSA, em inglês) tinha suspendido de forma temporária a cotação das ações do banco britânico. O Santander, por meio de sua filial britânica Abbey, desembolsará 612 milhões de libras (773 milhões de euros) na compra. Este número inclui a transferência de 208 milhões de libras (262 milhões de euros) de capital procedentes de companhias de fora do país. O Abbey terá um volume de depósitos no varejo de 2,7 milhões de clientes que chega a 20 bilhões de libras (25,263 bilhões de euros). Além disso, adquirirá um total de 197 filiais e 141 agências de distribuição com todos seus funcionários. Crise financeira O Bradford & Bingley, especializado em créditos imobiliários e hipotecas, é a mais recente instituição financeira britânica a sucumbir com a turbulência dos bancos nos EUA e na Europa. Na semana passada, o HBOS (Halifax Bank of Scotland) foi comprado por 12,2 bilhões de libras (US$ 22,2 bilhões) pelo banco Lloyds TSB. Na origem da crise financeira dos Estados Unidos, o Bank of America comprou o Merrill Lynch por cerca de US$ 50 bilhões, consolidando ainda mais sua posição de gigante reforçada já por uma série de compras anteriores que incluem o banco hipotecário Countrywide Financial. Na terça-feira (16/09), a AIG conseguiu uma injeção de US$ 85 bilhões do governo a fim de aumentar sua liquidez e evitar que a empresa tivesse o mesmo destino do banco de investimentos Lehman Brothers, que pediu concordata no dia anterior. Mais recentemente, as autoridades procuram um eventual comprador para o banco de poupanças Washington Mutual, preparando-se para o caso de mais uma quebra no mercado financeiro.

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