postado em 29/09/2008 10:22
A demora na aprovação do pacote anticrise de US$ 700 bilhões do governo americano abala os mercados financeiros nesta segunda-feira (29/09). Acompanhando a derrocada nas Bolsas asiáticas e européias, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) reinicia suas atividades registrando quedas para os preços das ações, enquanto a taxa de câmbio dispara e atinge R$ 1,91.
O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, amarga perdas de 3,26% e desce para os 49.511 pontos. Na sexta-feira (26/09), a Bolsa fechou em queda de 2,02%.
O dólar comercial é cotado a R$ 1,917 na venda, o que representa uma forte alta de 3,56% sobre a cotação de sexta-feira.
Na semana passada,o mercado contava que o pacote de resgate proposto pela Casa Branca pudesse ser votado ainda no domingo ou nesta segunda-feira, como sinalizavam alguns líderes congressistas americanos. A possibilidade de que o pacote seja aprovado somente na quarta-feira deixa investidores e analistas ainda mais incertos, num ambiente já fortemente avesso a risco.
Para piorar o cenário, no final de semana, o noticiário econômico deu conta de que mais dois grandes bancos em grandes dificuldades financeiras: o HRE (Hypo Real Estate), banco alemão especializado em hipotecas imobiliárias, e o britânico Bradford & Bingley, que deve ser absorvido pelo espanhol Santander.
As Bolsas asiáticas, que inicialmente abriram em alta, cederam ao mau humor generalizado e fecharam em terreno negativo. Em Tóquio, a Bolsa local encerrou os negócios em queda de 1,26%; em Hong Kong, o índice Hang Seng despencou 4,29%. As baixas prosseguem na Europa: em Londres, o índice FTSE cai 2,58%, enquanto o Dax, do mercado de Frankfurt, retrocede 2,69%.
O presidente norte-americano, George W. Bush, disse hoje, em um novo pronunciamento na TV, que a aprovação do pacote de US$ 700 bilhões para resgatar o setor financeiro "deverá ser difícil", mas que, com os acréscimos feitos à proposta durante as negociações com o Congresso, a medida deve ser aprovada.
No front doméstico, a Fundação Getúlio Vargas revelou que a inflação medida pelo IGP-M subiu 0,11% em setembro, ante uma deflação de 0,32% no mês anterior. Economistas do setor financeiro projetavam uma variação de 0,08%.