postado em 29/09/2008 13:24
O preço do petróleo recua mais de 7% nesta segunda-feira (29/09) com os investidores temerosos quanto à expansão da crise financeira dos Estados Unidos. Uma possível queda da demanda do petróleo e o fortalecimento do dólar frente a outras divisas forçam a queda da cotação.
Às 13h07 (horário de Brasília), na Nymex (Bolsa Mercantil de Nova York, na sigla em inglês), os contratos do barril de petróleo cru para entrega em novembro desvalorizam 7,35%, para US$ 99,03, em relação ao fechamento de sexta-feira, ao persistirem as incertezas sobre o efeito que o plano de resgate financeiro do governo dos Estados Unidos terá sobre a economia e, por conseqüência, na demanda do petróleo e dos combustíveis.
O barril do petróleo do tipo Brent, de referência na Europa, também caía hoje mais de US$ 5 na ICE (Bolsa Intercontinental de Futuros, na sigla em inglês). Assim, o barril do Brent para entrega em novembro valia US$ 98,05 em Londres às 11h15 (horário de Brasília).
O euro, por outro lado, se negocia hoje a US$ 1,4417, ante os US$ 1,4613 de sexta-feira. Os operadores de mercado estão há dias pendentes da aprovação do plano de salvamento dos bancos pelo Congresso norte-americano. A Câmara de Representantes dos EUA começou hoje a debater o plano, que permitirá o governo dedicar até US$ 700 bilhões para sanear as contas dos bancos e de outras entidades financeiras e faciliar mais acesso a crédito.
Os dirigentes dos partidos democrata e republicano afirmaram que existe um acordo para aprovar o projeto de lei, apesar das dúvidas sobre os votos dos republicanos mais conservadores da Câmara de Representantes.
Também não está claro o efeito real que pode ter o plano no conjunto da atividade econômica e, portanto, no nível da demanda do petróleo nos EUA e no mundo.
A Agência Internacional de Energia (AIE) divulgou estimativas de melhora do mercado de petróleo nos próximos meses. Há preocupações, no entanto, quanto ao período posterior a 2010.
"A situação melhorará até o final do ano, ainda que se deva reconhecer que o mercado estava muito tenso atualmente e reagirá ao menor acontecimento externo, tanto às variações meteorológicas quanto às crises geopolíticas", disse Nobuo Tanaka, diretor executivo da AIE.
"Em 2009 e 2010, a situação do mercado será melhor devido a um aumento da capacidade, mas depois de 2010 as perspectivas são mais preocupantes", acrescentou.