postado em 29/09/2008 16:51
As operações de crédito no Brasil devem fechar o ano com crescimento de 24% sobre o volume de 2007, segundo o relatório da evolução do crédito divulgado nesta segunda-feira pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban). Na sexta-feira (29/09), o Banco Central divulgou que o crédito avançou 31,8% nos últimos 12 meses, abaixo das taxas registradas em junho (33,5%) e julho (32,8%).
"Os números do Banco Central mostram um desaceleração, dentro da margem, na concessão de crédito, especialmente para as pessoas físicas", afirmou o superintendente de Economia da Febraban, Rubens Sardenberg.
Segundo o economista chefe da Febraban, a redução das operações de crédito se deve, principalmente, as operações para pessoas físicas que atingiram 29,2% de acrescimento em agosto, quando em abril haviam fechado com alta próxima a 35% sobre o mesmo mês de 2007. Por sua vez, o crédito para pessoa jurídica se manteve estável e fechou agosto com uma variação anual de 40,7%.
No mês passado, o saldo total das operações de crédito atingiram R$ 1,11 trilhão, representando um acréscimo de 2,3% ante julho. Segundo o relatório da Febraban, o crédito fechou 2007 com uma variação anual positiva de 27,8%.
Inadimplência
Segundo a análise da Febraban, a taxa de inadimplência segue estável e ainda não é um problema para os bancos. De acordo com o levantamento, o índice fechou agosto com alta de 3% sobre o mesmo mês do ano passado.
"O grande risco (do aumento da taxa de inadimplência) é se houver uma desaceleração mais acentuada na atividade econômica do país", explicou Sardenberg.
De acordo com o economista chefe da Febraban, a taxa de inadimplência começaria a preocupar se a economia brasileira tivesse crescimento abaixo de 2%. Além disso, ele afirmou que a inflação crescer de forma acelerada também refletiria no aumento da inadimplência. Mesmo assim, Sardenberg considera que esses dois cenários são improváveis.