postado em 29/09/2008 17:11
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse estar confiante na aprovação do pacote de ajuda à economia dos EUA no Congresso do país em uma segunda votação do projeto, que foi rejeitado na tarde de hoje pelos deputados americanos.
"Eu acredito que o Congresso americano ainda vai aprovar esse pacote de socorro e, tão logo isso aconteça, nós teremos uma distensão da situação internacional. Nós vamos ter uma recomposição do crédito, em bases inferiores a anteriormente, porém, não vai haver o estresse que nós estamos vivendo no dia de hoje", afirmou.
Apesar da queda de mais de 10% que interrompeu as negociações hoje na Bolsa de Valores e da falta de crédito para as empresas investirem no Brasil, o ministro disse que a economia está funcionando normalmente.
Mantega voltou afirmar que a economia brasileira está em uma situação favorável e citou os números do superávit primário divulgados hoje pelo Tesouro.
"Estamos com uma situação fiscal bastante sólida, a inflação está sob controle, dentro do limite superior da meta, então estamos com uma situação favorável para enfrentarmos essa situação internacional maior", disse.
Reunião de emergência
O ministro esteve reunido hoje pela manhã com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com os ministros da Agricultura e do Desenvolvimento e com o presidente do Banco Central para analisar a crise.
O governo reconheceu que faltam dólares para garantir linhas de crédito para exportações, mas diz que a ação do BC, que já vendeu US$ 1 bilhão ao mercado nesse mês, garantiu o funcionamento desse mercado.
Mantega afirmou também que poderá haver falta de recursos para a agricultura, mas que será possível resolver isso mais adiante. O ministro também disse que houve uma diminuição do crédito por parte dos bancos privados, e citou mais uma vez a ação do BC, que reduziu os depósitos compulsórios para evitar problemas de liquidez no sistema.
"Embora haja esses problemas que eu mencionei, a economia está funcionando normalmente, o mercado doméstico está bem, as empresas estão sólidas, os bancos brasileiros estão sólidos e o governo estará pronto para responder aos problemas na medida em que eles se colocarem", disse o ministro.