Economia

Asiáticas caem com rejeição de pacote nos EUA; européias operam perto da estabilidade

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postado em 30/09/2008 08:50
As Bolsas da Ásia afundaram nesta terça-feira (30/09) seguindo a tendência dos mercados mundiais depois que o Congresso dos Estados Unidos rejeitou o pacote de resgate financeiro de US$ 700 bilhões para salvar bancos em crise. As Bolsas da Europa, por sua vez, começaram a se recuperar após abrirem os pregões em queda com a esperança dos investidores sobre um novo plano de resgate. Seguindo as tendências dos mercados desta segunda-feira (29), as Bolsas asiáticas operaram em baixa durante quase todo o dia, fechando em queda. O Nikkei (índice da Bolsa de Valores de Tóquio, no Japão), recuou 4,12%, aos 11.259,90 pontos. Em Seul (Coréia do Sul), a derrubada foi de 0,57%. Em Hong Kong, o recuo, que chegou a 5,5% na abertura, se transformou em uma leve alta de 0,76% no fim do pregão. "O Congresso parece que vai se render com as esperanças de que surjam novas medidas de autoridades como um novo corte de juros proposto pelo Fed [Federal Reserve, o BC americano]", afirmou Yutaka Miura, do Shinko Securities. Na Europa, as Bolsas abriram com forte retração, mas passaram a operar perto da estabilidade com esperanças sobre um possível novo plano econômico e com bancos reduzindo suas perdas no continente. Às 8h15 GMT, o FTSEurofirst 300, que reúne as principais ações européias, subia 0,01%, aos 1.048,54 pontos, após apresentar ontem suas piores perdas em mais de três anos. A Bolsa de Londres (FTSE 100) operava em terreno negativo, com perdas de 0,50%, aos 4.794,66 pontos; a Bolsa de Paris (CAC 40) recuava 0,62%, indo para 3.929,04; a Bolsa de Frankfurt (DAX) afundava 1,06%, em 5.745,75 pontos; já a Bolsa de Madri (Ibex-35) tinha retração de 0,62%, aos 1.164,05 pontos, enquanto em Milão (Mibtel), os negócios diminuíram 0,92%, para 19.442 pontos. No começo do dia, as quedas superavam a barreira dos 2% na maioria dos mercados. Nos EUA, a Câmara dos Representantes deve voltar a se reunir na quinta-feira para avaliar uma nova proposta de salvamento dos bancos. Ontem, os mercados mundiais tiveram um dia que deve entrar como o marco da crise que atinge bancos e mercados mundiais. A Bolsa de Nova York registrou sua pior queda da história; no Brasil, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) também mergulhou no vermelho e registrou a maior queda dos últimos nove anos. Pacote O líder da maioria na Câmara de Representantes, o democrata Steny H. Hoyer, informou nesta segunda-feira (29) que, apesar de a Casa Branca querer que um novo pacote de medidas seja discutido com urgência, os deputados só vão se reunir na quinta-feira, ao meio-dia (13h de Brasília). Ainda segundo Hoyer, embora uma sessão tenha sido convocada para quinta-feira, "ainda não foi decidido" se a Câmara de Representantes vai estudar "a legislação relacionada à crise econômica". No entanto, o democrata esclareceu: "Continuaremos trabalhando contra o tempo na busca por uma solução bipartidária para as sérias ameaças à segurança econômica (...)". O secretário do Tesouro americano, Henry Paulson, disse nesta segunda-feira que os Estados Unidos precisam "o mais rápido possível" de um plano de resgate do sistema financeiro. Segundo ele, o que está em jogo é importante demais para que o projeto fracasse. "Temos que trabalhar o mais rápido possível. Alguma coisa deve ser feita. Vou seguir adiante com as consultas com os dirigentes do Congresso para encontrar uma forma de progredir", disse Paulson à imprensa depois de uma reunião com o presidente americano, George W. Bush, na Casa Branca. Legisladores dos dois lados afirmaram que as negociações sobre o acordo não param. A presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, disse em entrevista à imprensa que as "linhas de comunicação" continuam abertas com o governo, e que o Congresso precisa avançar para ajudar a salvar o mercado. "É difícil para mim imaginar que nós deixaremos o mercado com seus próprios medos e regras até sexta-feira", disse por sua vez o republicano Adam Putnam. "Nós estamos encorajando nossos membros a entender as conseqüências de não fazermos nada", afirmou.

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