postado em 30/09/2008 10:26
O presidente dos EUA, George W. Bush, voltou à TV nesta terça-feira (30/09) para dizer que a demora na aprovação do pacote de ajuda ao setor financeiro, de US$ 700 bilhões, poderá piorar a cada dia a situação de crise no país.
"Estamos em um momento crítico de nossa economia", disse Bush, no quarto pronunciamento na TV em menos de uma semana, sobre a crise financeira no país. "Reconheço que essa é uma votação difícil para o Congresso. Ninguém gosta de ver a economia chegar a esse ponto", disse o presidente, que destacou ser preciso urgência para atacar a crise.
Bush lembrou que o projeto do pacote - que, de um documento de três páginas na forma como foi apresentado pelo Departamento do Tesouro, passou a mais de 100 páginas após dias de negociação com o Congresso - foi rejeitado por uma pequena margem (foram 228 contra e 205 a favor da medida), mas que esse "não foi o fim do processo legislativo". "Pode haver muita disputa nesse tipo de votação, mas o que importa é que avancemos", disse.
Ontem (29), os deputados norte-americanos rejeitaram o pacote de resgate dos bancos por 228 votos contra; a favor foram 205 votos. As negociações em torno do projeto devem permanecer paradas, especialmente nesta terça-feira, por conta do feriado do Ano Novo judaico.
O líder da maioria na Câmara de Representantes, o democrata Steny H. Hoyer, informou ontem que, apesar de a Casa Branca querer que um novo pacote de medidas seja discutido com urgência, os deputados só vão se reunir na quinta-feira, ao meio-dia (13h de Brasília).
Ainda segundo Hoyer, embora uma sessão tenha sido convocada para quinta-feira, "ainda não foi decidido" se a Câmara de Representantes vai estudar "a legislação relacionada à crise econômica".
No entanto, o democrata esclareceu: "Continuaremos trabalhando contra o tempo na busca por uma solução bipartidária para as sérias ameaças à segurança econômica (...)".
O secretário do Tesouro americano, Henry Paulson, disse ontem que os Estados Unidos precisam "o mais rápido possível" de um plano de resgate do sistema financeiro. Segundo ele, o que está em jogo é importante demais para que o projeto fracasse.
"Temos que trabalhar o mais rápido possível. Alguma coisa deve ser feita. Vou seguir adiante com as consultas com os dirigentes do Congresso para encontrar uma forma de progredir", disse Paulson à imprensa depois de uma reunião com o presidente americano, George W. Bush, na Casa Branca.
Legisladores dos dois lados afirmaram que as negociações sobre o acordo não param. A presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, disse em entrevista à imprensa que as "linhas de comunicação" continuam abertas com o governo, e que o Congresso precisa avançar para ajudar a salvar o mercado.
"É difícil imaginar que nós deixaremos o mercado com seus próprios medos e regras até sexta-feira", disse por sua vez o republicano Adam Putnam. "Nós estamos encorajando nossos membros a entender as conseqüências de não fazermos nada", afirmou.