postado em 02/10/2008 09:00
As Bolsas Asiáticas abriram em queda nesta quinta-feira (2/10), a despeito da esperada aprovação do pacote bilionário de ajuda ao setor financeiro dos Estados Unidos. Submetido a reformas depois de ter sido rejeitado pela Câmara dos Representantes (deputados), o novo texto obteve apoio do Senado para ser aprovado na noite desta quarta-feira (1/10).
O texto recebeu 74 votos a favor e 25 contra dos senadores. Agora, o novo projeto deve seguir para a Câmara, cuja votação está prevista para esta sexta-feira (3).
O Nikkei, índice que mede os negócios da Bolsa de Valores de Tóquio, chegou a operar em queda de 1,1%, aos 11.242,70 pontos, por volta do meio dia (hora local). Em Hong Kong, o indicador abriu com recuo de mais de 0,8%; em Seul (Coréia do Sul), o mercado operava com perdas de 1,2%; a Bolsa de Xangai (China), recuou 0,16% no início do pregão.
O Banco do Japão (banco central do país) injetou mais um trilhão de ienes (US$ 9,449 bilhões) no sistema financeiro nacional, em sua 12ª intervenção para aumentar a liqüidez do mercado e evitar a alta excessiva da taxa básica de juros. Desde a quebra do banco de investimento americano Lehman Brothers, em 15 de setembro, o BoJ já injetou mais de 23 trilhões de ienes (US$ 220 bilhões).
A explicação do recuo na Ásia após a aprovação do pacote está ligada à desconfiança. "Basicamente, ainda há muita desconfiança no Congresso sobre essa dívida", afirmou Katsuhiko Kodama, da Toyo Securities. "Além disso, olhando para os recentes indicadores econômicos dos EUA dá pra ver que são ruins. Não dá pra esperar uma grande virada só com o fato de o pacote ter passado no Senado.".
É esperado que a decisão cause no mercado financeiro uma reação oposta à que se viu logo após a rejeição do plano, última na segunda-feira. Anunciada durante o horário de funcionamento do pregão nas Bolsas em Wall Street, o efeito entre os investidores foi devastador: o Dow Jones teve uma queda recorde em pontos, 777,68. No Brasil, a Bovespa chegou a perder mais de 13%.
A crise financeira, que já dura mais de um ano, vem causando quebras, prejuízos e problemas a instituições de alcance global, como os bancos Citigroup, UBS, Lehman Brothers, Washington Mutual, Bear Stearns, Fortis, Merrill Lynch, Wachovia, AIG, além das duas principais empresas do setor hipotecário americano, Fannie Mae e Freddie Mac.