Economia

Bovespa retrocede 5,78% e dólar sobe 4,41%

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postado em 02/10/2008 12:34
O temor de uma recessão nos EUA derruba as principais Bolsas de Valores do mundo, levando de roldão a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) nos negócios desta quinta-feira (2/10). Com a perspectiva de um crescimento econômico menor, os preços das commodities (matérias-primas) caem com força, derrubando as ações líderes da Bolsa brasileira, Vale e Petrobras. No câmbio, o dólar dispara e atinge R$ 2, cotação não vista desde agosto de 2007. O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, despenca 5,78% e recua para os 46.879 pontos. O giro financeiro é de R$ 2,73 bilhões. Em um dia que o barril de petróleo cai para US$ 95 (baixa de 3%), a ação da Petrobras amarga perdas de 6,84%. A ação da Vale sofre retração de 8,10%. Juntos, os dois papéis respondem por cerca de R$ 800 milhões do volume total da Bolsa. O dólar comercial é vendido por R$ 2,010, num forte acréscimo de 4,41% sobre a cotação de ontem. A taxa de risco-país marca 342 pontos, número 4,26% mais alto que a pontuação anterior. As Bolsas européias concluíram as operações de hoje com perdas, em meio à preocupação de que o pacote anticrise, mesmo aprovado e sancionado, não seja suficiente para debelar a crise financeira dos EUA. Em Londres, o índice FTSE cedeu 1,79%, enquanto em Frankfurt, o Dax cai 2,50%. Nos EUA, a Bolsa de Nova York, com influência mundial, sofre perdas de 2,43%. Analistas de mercado financeiro já viam com bastante reservas o plano de US$ 700 bilhões para resgatar o sistema financeiro. A proposta era considerada somente como um "reparo" para segurar uma crise econômica de dimensões muito maiores. Por esse motivo, o mercado não reage com euforia à passagem do plano entre os senadores, justamente os mais favoráveis à proposta. O investidor também desanima com as notícias da chamada "economia real". Hoje, o Departamento de Trabalho dos EUA revelou que a demanda pelos benefícios do auxílio-desemprego atingiu seu maior patamar desde 2001. Foram 497 mil pedidos registrados na semana encerrada no dia 27 de setembro, um acréscimo de mil solicitações sobre o período imediatamente anterior. No front doméstico, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) constatou que a produção industrial do país caiu 1,3% entre julho e agosto. O instituto, no entanto, não vê tendência de forte desaceleração para os próximos meses.

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