postado em 02/10/2008 16:00
As Bolsas em Nova York operam com perdas expressivas nesta quinta-feira (2/10), ritmo registrado desde os primeiros negócios do dia. Apesar da aprovação do pacote financeiro de US$ 700 bilhões nesta quarta pelo Senado, os indicadores econômicos anunciados hoje reforçaram a desconfiança dos investidores nas condições da economia americana.
Às 15h23 (em Brasília), a Nyse (Bolsa de Valores de Nova York, na sigla em inglês) estava em baixa, com quedas de 2,68% no índice Dow Jones Industrial Average, que estava com 10.540,51 pontos, e de 3,28% no índice S 500, que estava com 1.123 pontos. A Bolsa Nasdaq operava em baixa de 3,66%, indo para 1.993,72 pontos.
A aprovação dada pelo Senado ao pacote veio depois de intensas negociações e críticas ao pacote; congressistas republicanos foram maioria na rejeição da medida na segunda-feira (29) na Casa dos Representantes (Câmara dos Deputados). Após acréscimos e reformas, o texto conseguiu convencer os senadores: o plano foi aprovado por 74 votos a 25.
Entre os itens incluídos no texto estão descontos em impostos no valor de US$ 150 bilhões, que devem beneficiar a classe média, pequenos empresários e famílias atingidas por acidentes naturais (o que eleva o valor total do pacote para US$ 850 bilhões).
Mesmo assim, as estimativas dos analistas sãop de que a ajuda fiscal não será suficiente para reativar a economia americana. "A economia é o que está guiando essa fraqueza", disse à agência de notícias Associated Press o estrategista Subodh Kumar, da Subodh Kumar & Associates. "Acho que agora o que está dominando é o foco na fraqueza econômica em uma série de áreas." Uma dessas áreas é o mercado de trabalho: o Departamento do Trabalho informou que o número de pedidos iniciais de auxílio-desemprego nos EUA aumentou em mil na semana encerrada no dia 27 de setembro, atingindo a marca de 497 mil solicitações iniciais do benefício. Foi a maior taxa desde a semana encerrada em 29 de setembro de 2001.
O número de pessoas recebendo auxílio-desemprego há pelo menos duas semanas ficou em 3,591 milhões, um aumento de 48 mil na semana encerrada no dia 20 de setembro (data da leitura mais disponível). Foi o maior número desde setembro de 2003.
Nada animadores também foram os dados sobre a indústria divulgados hoje: o Departamento do Comércio informou que as encomendas às indústrias americanas tiveram queda de 4% em agosto, após alta de 0,7% em julho. Foi a maior queda desde outubro de 2006, quando houve retraçãop de 4,8%.
A atividade manufatureira nos Estados Unidos registrou contração em setembro, segundo o índice ISM (Instituto de Gestão de Oferta, na sigla em inglês), divulgado ontem. O indicador ficou em 43,5 pontos no mês passado, contra 49,9 em julho --taxa mais baixa desde outubro de 2001 (leituras abaixo de 50 pontos indicam contração da atividade; acima desse patamar, indicam expansão).