Economia

Dólar fecha a R$ 2,023, alta de 5,09%, maior taxa desde agosto de 2007

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postado em 02/10/2008 16:56
O pânico cíclico que tem tomado conta dos mercados nos últimos 20 dias voltou a contaminar os negócios desta quinta-feira. O pessimismo de investidores e analistas com a economia americana voltou a derrubar Bolsas de Valores por todo mundo, sem exceção da Bolsa brasileira, e fez o câmbio disparar para sua maior cotação desde 21 de agosto de 2007. Nas últimas operações de hoje, o dólar comercial foi comercializado a R$ 2,023, na venda, o que representa uma forte alta de 5,09% sobre a cotação de ontem. Essa oscilação brusca do câmbio somente não é a pior dos últimos dez anos porque, no final de setembro, os agentes financeiros já viram a taxa variar 6,2% no último dia 29. Numa demonstração do nervosismo do mercado, o preço da moeda americana variou hoje entre a cotação mínima de R$ 1,943 e a máxima de R$ 2,040. A aprovação do pacote de resgate financeiro de US$ 700 bilhões no Senado americano não foi suficiente para melhorar o ânimo dos investidores, que ainda aguardam a decisão da Câmara. Para tornar o cenário ainda mais tenso, os números da economia americana voltaram a alimentar a percepção de que o país caminha para uma recessão: o mercado de trabalho mostrou deterioração, enquanto o volume de encomendas de bens industriais caiu. Profissionais de corretoras afirmam que há uma preocupação real no mercado de que o plano não passe, de novo, pela Câmara dos EUA. E citam rumores de que poucos deputados mudaram de opinião, entre aqueles que votaram contra o pacote na segunda-feira. No mercado de câmbio, analistas e operadores afirmam que pelo menos dois fatores estimulam a disparada das cotações. Um deles é a necessidade de que grandes investidores estrangeiros vendem pesadamente ativos brasileiros para fazer caixa e cobrir perdas lá fora. O principal fator, no entanto, para alguns analistas, é a especulação promovida por alguns agentes financeiros, que se aproveitam de um cenário em que o acesso a crédito externo ficou ainda mais difícil. "As linhas de ACC [financiamento de comércio externo] estão muito caras, absurdas. Se antes era possível conseguir essas linhas a 5% ou 6%, hoje somente acha por 13% ou 14%. As linhas de crédito estão escassas", comenta Mauro Araújo, diretor da corretora Vision, repetindo uma constatação que tem se tornado comum entre operadores das mesas. Juros futuros O mercado futuro de juros, que serve de referência para as tesourarias dos bancos, não escapou do estresse geral e elevou fortemente as taxas projetadas para 2009, 2010 e 2011. No contrato com vencimento em janeiro de 2009, a taxa projetada subiu de 13,98% para 14%; no vencimento de janeiro de 2010, a taxa projetada passou de 14,37% para 14,54%; e no vencimento de janeiro de 2011, a taxa prevista avançou de 14,13% para 14,44%.

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