postado em 02/10/2008 18:58
As exportações de carne renderam para o Brasil US$ 533,2 milhões em setembro, ante US$ 351,5 milhões, no mesmo período do ano passado. O resultado representa uma elevação de 52%. Em volume, foram exportadas 124,4 milhões de toneladas, contra 120,8 milhões do ano passado, o que significa um aumento de 3%, segundo balanço divulgado hoje (2) pela Associação Brasileira das Indústrias de Exportadoras de Carne (Abiec).
As vendas de carne in natura aumentaram 56% e renderam para o Brasil US$ 453,9 milhões no mês passado. Em setembro de 2007, as vendas de carne in natura haviam atingido US$ 291,2 milhões. Foram exportados, em volume, 5% a mais de carne in natura. No mês passado, foram 103.704,34 toneladas contra 98.541,31 de setembro do ano anterior.
No acumulado do ano, as exportações chegaram a um total de US$ 3 9 bilhões, representando um aumento de 22% com relação ao mesmo período de 2007, quando o valor exportado chegou a US$ 3,2 bilhões. De janeiro a setembro, foram exportadas 1,02 milhão de toneladas, contra 1,2 milhões de toneladas, no ano passado, queda de 16%.
O total exportado de carne in natura, no acumulado do ano, foi de US$ 3,1 bilhões, com um aumento de 22% ante o mesmo período de 2007, quando esse valor foi de US$ 2,6 bilhões. Em volume, foram exportadas 815,4 mil toneladas, contra 1 milhão de toneladas exportadas de janeiro a setembro do ano passado, queda de 19%.
Segundo o presidente da Abiec, Roberto Giannetti da Fonseca, a expectativa é a de fechar o ano com US$ 5, 2 bilhões em exportações de carne e, em 2013, com cerca de US$ 15 bilhões. Ele destacou que, para atender a demanda, que será crescente no futuro, será necessário que o país aumente sua produção.
O que nós temos hoje, no Brasil, não é problema de mercado, é restrição de oferta", disse. De acordo com Giannetti, o aumento do rebanho tem sido lento e, nos últimos anos, até negativo. Além disso, a taxa de abate tem sido baixa. "Temos que melhorar os índices de produtividade e de competitividade do gado brasileiro para termos, no futuro próximo, mais cabeças prontas para o abate, para suprir essa forte demanda mundial.
Giannetti disse que a atual crise econômica norte-americana pode ser uma oportunidade para as exportações de carne brasileira, porque é possível haver uma recessão no consumo que levará os preços a caírem, relativamente. Com essa queda de preço, os países que são menos competitivos vão ter mais dificuldade de vender seus produtos, porque sua margem de lucro vai sumir, então eles não produzem. O Brasil, que é o mais competitivo em produção de carne, pode aumentar seu mercado. Se tivermos produção, podemos ocupar o lugar dos outros, observou.
O presidente da Abiec destacou que o Brasil exporta apenas um terço de sua produção de carne e pode aumentar a produção total com crescimento mais forte da exportação, do que com o aumento do consumo, no mercado interno. Segundo ele, o mercado interno cresce de forma vegetativa. É incremento de renda, população consumindo mais carne, mas é um crescimento lento. Já o mercado externo pode ter um crescimento explosivo, porque estamos falando da população mundial e o Brasil que é mais competitivo substitui outros produtores.
Giannetti ressaltou que é preciso eliminar os abates clandestinos, que, além de trazerem prejuízos fiscais e econômicos para o país, não têm controle sanitário. Atualmente, cerca de 30% a 40% do gado brasileiro é abatido em frigoríficos não fiscalizados. É uma série de ilegalidades que faz com que tenhamos, hoje, junto com o governo federal e os governos estaduais, que reduzir drasticamente o número desses frigoríficos, sob o risco de ficarmos contaminados, no nosso mercado local, por esse abate ilegal.