Economia

Pacote aprovado no Senado americano não poderá ter emendas, decide Câmara

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postado em 03/10/2008 13:14
Os deputados americanos decidiram hoje que a proposta de um pacote de US$ 700 bilhões, aprovado pelo Senado na quarta-feira (01/10) (1°) não poderá ter emendas. Isso significa que se a Câmara aprovar o projeto, ele seguirá direto para sanção do presidente George W. Bush. Se o texto fosse reformulado pelos deputados, teria que ser submetido a debate em uma nova comissão. A decisão sinaliza a tendência de aprovação do pacote. Os debates na Câmara começaram hoje por volta das 10h (em Brasília). A previsão é que a votação comece a partir das 13h (Brasília). Na última segunda-feira, a Câmara rejeitou uma primeira versão do projeto por 228 votos a 205. Já o Senado aprovou uma nova versão por 74 votos a favor e 25 contra. O pacote que saiu aprovado do Senado agora inclui a ajuda ao setor financeiro proposta pelo governo, de US$ 700 bilhões, e outros US$ 150 bilhões em benefícios fiscais para a classe média, pequenos empresários e famílias atingidas por acidentes naturais, além de um aumento no valor dos depósitos bancários garantidos pelo governo, de US$ 100 mil para US$ 250 mil. Os acréscimos vieram como forma de tornar o pacote mais palatável a republicanos e democratas que disseram "não" à proposta na segunda. Segundo a rede americana de TV CNN, os congressistas pareceram mais receptivos à medida após os acréscimos, mas o efeito negativo sobre os mercados financeiros provocado pela rejeição no início da semana foi um grande incentivo a fazer a proposta passar. O Dow Jones, após a decisão da Câmara na segunda, teve queda recorde em pontos, 777,68. O deputado republicano John Lewis, por exemplo, disse que agora apoiará o pacote, depois de ter dito não na segunda. Mesmo assim, democratas e republicanos preferem manter a cautela. O presidente do Comitê de Serviços Financeiros da Câmara, o democrata Barney Frank, disse que ainda não se pode ter uma idéia precisa de qual poderá ser o resultado, mas "o pacote deve passar dessa vez". Segundo ele, os deputados, depois de consultarem suas bases eleitorais, ficaram mais sensíveis aos efeitos da contração do crédito. "Alguns deputados começaram a ouvir sobre dificuldades econômicas (...) Acho que a realidade atingiu alguns congressistas". A presidente da Câmara, Nancy Pelosi, disse ontem que não irá marcar a votação do pacote se não tiver certeza haver votos suficientes para garantir a aprovação. Mesmo assim, mostrou-se otimista. "Nós não vamos colocar o projeto em votação sem ter os votos, mas estou otimista de que colocaremos [o projeto] em votação", disse. "Nós queremos ver se ainda temos os 141 votos [democratas] que nós tínhamos antes, e parece que isso está bem certo". Também nesta quinta-feira (02/10), o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, afirmou que o financiamento para os pequenos negócios está praticamente congelado e que é necessário que a Câmara aprove o pacote de resgate econômico. "O crédito está congelado. As pessoas não estão conseguindo empréstimos de bancos e os bancos não estão emprestando para as médias e pequenas empresas. Isso significa que os empregos das pessoas estão em risco", disse.

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