Economia

"Se ouvíssemos economistas açodados, levaríamos um tombo", diz Mantega

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postado em 03/10/2008 15:04
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, criticou os prognósticos negativos feitos por alguns economistas a respeito dos impactos da crise sobre o Brasil. "Se fôssemos dar ouvido aos analistas açodados, deveríamos levar um tombo", afirmou ele durante encontro com empresários que representam a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), na capital paulista. Para o ministro, as avaliações dos profissionais parecem estar simplesmente transferindo o estado de ânimo dos Estados Unidos e da Europa para o Brasil. Mantega negou que o País crescerá menos de 3% no próximo ano, conforme já projetam algumas instituições financeiros. "Chegam a falar em crescimento de apenas 1% ou 2% em 2009. Isso é uma grande besteira", minimizou o ministro. Ele aproveitou para criticar as expectativas dos representantes de alguns bancos que estão passando por problemas financeiros. "Vamos lembrar que o Citibank é aquele banco que vem precisando de capital", disse, arrancando risos das platéia. Para ele, apenas com a inércia do crescimento do PIB dos últimos anos já há garantia de uma expansão da atividade entre 2% e 2,5%. "Isso com o governo de braços cruzados, sem fazer nada. Mas não é isso o que vamos fazer", disse. Mantega disse que "infelizmente" não há cobrança dos prognósticos desses analistas. "Alguns ganham bem para dar esses palpites infelizes. Deveríamos poder tomar o dinheiro deles de volta", ironizou. O ministro disse entender que os analistas estão sob a influência do pânico existente no mercado internacional. "A situação lá é muito grave. Tem gente arrancando os cabelos, mas não devemos transferir essa influência para cá", afirmou. Mantega admitiu porém que a crise não deve ser subestimada pois é a mais grave desde 1929. Ele lembrou que as perdas ao redor do mundo com a crise da Rússia, em 1998, chegaram a US$ 40 bilhões e que agora fala-se de um rombo na casa dos trilhões de dólares. Outra diferença apontada pelo ministro é que o epicentro da turbulência está nos países centrais e, por isso, há repercussões em todos os mercados.

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