postado em 06/10/2008 14:59
O leilão de swap cambial realizado pelo Banco Central no final da manhã desta segunda-feira colocou US$ 1,468 bilhão no mercado financeiro, cerca de 70% dos US$ 2,1 bilhões ofertados pela instituição. A medida foi anunciada após a cotação do dólar ultrapassar a casa dos R$ 2,15.
Nesses leilões o BC oferece proteção contra a alta do dólar. Em troca, recebe a variação da taxa de juros. Dessa forma, em tese, pode ajudar a segurar a alta da moeda norte-americana, que disparou na manhã de hoje.
O BC não realizava esse tipo de operação desde maio de 2006. Nos últimos tempos, o BC vinha realizando uma operação inversa, o "leilão de swap cambial reverso", onde a instituição oferecia proteção contra a queda do dólar. Mas com a alta do dólar, a demanda do mercado mudou de rumo.
No mês passado, o BC chegou a vender US$ 1 bilhão à vista no mercado quando o dólar chegou a R$ 1,90.
Crise
Além de injetar dólares no mercado, devido à falta de recursos por causa da crise de crédito internacional, o BC anunciou nas últimas semanas mudanças nos depósitos compulsórios dos bancos.
O compulsório é o dinheiro que os bancos são obrigados a depositar no BC. Quando o cliente de um banco aplica dinheiro em um CDB, por exemplo, a instituição é obrigada a depositar 15% desse valor em uma conta no BC. Este dinheiro fica fora da economia e ajuda a reduzir o crédito.
Com a atual crise de confiança no sistema financeiro, os bancos menores no Brasil, que dependem mais de captação de dinheiro no exterior, são os que mais sofrem. Além disso, os grandes bancos brasileiros estão reticentes em emprestar recursos para essas instituições menores.