Economia

Bovespa desvaloriza 13,54%; dólar dispara 7,2% e atinge R$ 2,195

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postado em 06/10/2008 15:36
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) continua a cair a uma taxa de dois dígitos, no que desponta como o pior dia dos mercados desde o início da crise dos créditos "subprimes", desde a segunda metade de 2007. Segundo analistas, os investidores temem que o agravamento dessa crise no sistema financeiro europeu. E num pregão histórico, a bolsa brasileira já interrompeu por duas vezes os negócios. Pouco depois da abertura, a Bolsa despencou rapidamente e o mecanismo do "circuit breaker" foi acionado - às 10h19 - para evitar oscilações ainda bruscas. Após meia hora de interrupção - para acalmar os ânimos - o mercado não melhorou. Em um pregão inundado por ordens de venda, o índice Ibovespa caiu rapidamente 15%, quando o "circuit breaker" foi acionado novamente - às 11h44 - interrompendo os negócios, desta vez, por uma hora. O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, desvaloriza 13,54% e desce para os 38.490 pontos, praticamente anulando os ganhos dos últimos dois anos. O giro financeiro é de R$ 3,53 bilhões. No epicentro da crise, a Bolsa de Nova York perde 7,27%. O índice de ações Dow Jones, de repercussão global, caiu abaixo do patamar histórico dos 10 mil pontos pela primeira vez em quatro anos. O dólar comercial é negociado a R$ 2,195 para venda, em forte alta de 7,28%. A taxa de risco-país marca 404 pontos, número 13,5% mais alto que a pontuação anterior. Após a taxa atingir R$ 2,15, o Banco Central anunciou um leilão de contratos de swap cambial no montante de US$ 1 bilhão. Esse leilão funciona como uma venda de dólares no mercado futuro, o que pode suavizar o ritmo de alta das cotações. Europa As bolsas européias concluíram os negócios registrando fortes quedas, a exemplo de Londres (baixa de 7,85%), Paris (baixa de 9,03%) e Frankfurt (queda de 7,07%). Há semanas, o mercado observava problemas no sistema financeiro europeu, mas neste final de semana, os investidores realmente ficaram nervosos com a notícia da situação quase falimentar do banco alemão Hypo Real Estate (HRE). Para escapar da quebra, o HRE teve que ser salvo por uma operação conjunta entre o governo alemão e bancos privados. Especializado em hipotecas, o banco também foi afetado em suas contas por carregar os problemáticos créditos imobiliários americanos que estão no centro da crise financeira que abala a economia mundial desde o ano passado. A situação do HRE reforça a percepção de que as instituições financeiras européias seguem pelo mesmo caminho dos bancos americanos, que anunciaram rombos bilionários e, ou foram "engolidos" por outros bancos, ou tiveram que ser socorridos pelo governo local.

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