postado em 06/10/2008 19:11
O Departamento do Tesouro dos EUA anunciou nesta segunda-feira (6/10) a licitação para empresas financeiras que irão prestar serviços que possam abrir caminho para por em funcionamento o pacote de US$ 700 bilhões aprovado na semana passada pelo Congresso.
Os serviços procurados pelo Tesouro são: custódia, contabilidade, gerência de leilões e outros serviços de infra-estrutura; serviços de gestão de valores mobiliários e títulos de crédito; e serviços de gestão de empréstimos no atacado.
O comunicado do Tesouro diz que a licitação está aberta para receber propostas de empresas financeiras até o próximo dia 8, às 18h (em Brasília). O anúncio das empresas escolhidas na seleção inicial deve ser feito já na próxima semana.
O Tesouro põe, assim, em funcionamento as primeiras etapas do plano para a aquisição de títulos "podres" (com baixa probabilidade de resgate e, dessa forma, com alto risco de calote), que será feita com os US$ 700 bilhões do pacote financeiro.
A obtenção dos recursos, no entanto, não foi fácil: anunciado em uma primeira versão com três páginas, a proposta do governo enfrentou sérias críticas e foi rejeitada no dia 29 de setembro na Casa dos Representantes (Câmara dos Deputados). O presidente Bush fez diversos apelos para que o Congresso aprovasse a medida - o que acabou acontecendo, mas, de três páginas, o documento passou a ter 450 com todos os acréscimos feitos pelos congressistas.
Entre os acréscimos estão o aumento da garantia dos depósitos bancários, de US$ 100 mil para US$ 250 mil, e outros US$ 150 bilhões em benefícios fiscais para a classe média, pequenos empresários e famílias atingidas por acidentes naturais.
Mesmo com a aprovação do pacote, a confiança nos mercados financeiros não foi restaurada: hoje, o índice Dow Jones encerrou o dia em queda de 3,58%, tendo chegado a registrar durante o pregão um novo recorde de perda em pontuação para uma única sessão, 800 pontos.
O temor entre os investidores é o de que a crise financeira que abala os mercados globais há mais de um ano acabe por arrastar as economias mundiais para uma recessão.