postado em 06/10/2008 19:45
Em sua apresentação na reunião do Conselho Político, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, avaliou que a fase aguda da crise internacional gera incertezas sobre como será 2009 no Brasil. De acordo com o material distribuído pela Fazenda, na avaliação de Mantega, a fase aguda da crise gerou um travamento do crédito externo, um encarecimento do crédito doméstico e perdas patrimoniais no mercado acionário e de derivativos. Conforme os slides, o ministro ressaltou que a resposta do governo à restrição de crédito tem sido dada por meio de empréstimo de curto prazo em dólar para o sistema bancário, utilização das reservas e de swaps cambiais, redução do compulsório, aumento dos recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), bem como de linhas pré-embarque da instituição e antecipação de desembolso para a safra 2008/2009
O ministro destacou que o Brasil está entre os países com crescimento sustentável e mais sólido. Ele mencionou que o Brasil vive o maior ciclo de investimentos, com o ritmo mais de duas vezes superior ao ritmo do consumo. Mantega apresentou ainda os dados da inflação acumulados em 12 meses, bem como as expectativas de mercado que apontam para uma desaceleração até 2009. O ministro também apresentou dados que mostram que, em 2007, os países em desenvolvimento representavam 50% da pauta de exportações brasileiras, enquanto a outra metade foi para os países desenvolvidos. Em 2002, os países emergentes representavam 38% e os desenvolvidos, os 62% restantes.
Mantega também apresentou números sobre os volumes significativos de Investimento Estrangeiro Direto (IED) e das reservas internacionais e destacou a redução da vulnerabilidade externa, medida pela relação entre dívida externa e PIB. Além disso, mostrou informações sobre os resultados fiscais
De acordo com Mantega, o Brasil tem condições de manter o atual ciclo de crescimento, apesar da crise. Isso, segundo ele, será feito por meio de respostas aos desafios colocados pela crise, a continuação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o aumento dos investimentos, ganho de produtividade e investimentos em infra-estrutura. O ministro reconhece que deve haver uma redução "moderada" no crescimento de 2009. Na apresentação divulgada pelo Ministério, a expansão de 4,5% para o PIB no ano que vem está mantida.
Solvência
Mantega destacou, em sua apresentação na reunião do Conselho Político, a evolução do índice de Basiléia dos dez maiores bancos brasileiros, que ficou em 14,91% em junho, acima portanto das recomendações internacionais (8%) e do Banco Central (11%). Apesar disso, os dados apresentados pelo ministro mostram que houve uma redução no índice de Basiléia em relação à posição do início deste ano e do final do ano passado, quando esse indicador, que mede a solvência dos bancos, estava na casa de 17%