Economia

Bolsas européias tentam se recuperar após perdas recorde

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postado em 07/10/2008 09:01
As Bolsas européias ensaiam uma recuperação na manhã desta terça-feira (7/10), depois de um dia em que os mercados financeiros em Londres e Paris tiveram perdas históricas; os papéis do setor bancário são os mais afetados hoje. Os temores de uma recessão global afetaram os mercados no mundo todo nesta segunda-feira (6/10) - no Brasil, o pregão da Bovespa teve duas paradas e, em Nova York, o Dow Jones fechou abaixo de 10 mil pontos pela primeira vez em quatro anos. Às 7h47 (em Brasília), a Bolsa de Londres estava em alta de 0,79% no índice FTSE 100, indo para 4.625,23 pontos; a Bolsa de Paris subia 1,38% no índice CAC 40, indo para 3.763,03 pontos; a Bolsa de Frankfurt subia 0,86% no índice DAX, operando com 5.433,39 pontos; a Bolsa de Amsterdã tinha ligeira variação negativa de 0,07% no índice AEX General, que estava com 312,34 pontos; a Bolsa de Milão caía 0,24% no índice MIBTel, que ia para 17.933 pontos; e a Bolsa de Zurique estava em alta de 0,82%, com 6.511,40 pontos no índice Swiss Market. Mais cedo, o índice FTSEurofirst 300 - que reúne as ações das principais empresas européias - chegou a cair 0,5%, para 1.000,26 pontos, tendo subido 2,6% no início dos negócios hoje, em uma breve recuperação (ontem, o índice caiu 7,8%). "Não se pode prever nada, tudo está muito incerto, os mercados de crédito ainda estão muito sobrecarregados", disse o analista Anthony Christofidis, da ATE Securities, em Atenas. No setor bancário, os papéis do Royal Bank of Scotland (RBS) caíam quase 30% e os do Barclays perdiam 9,3%. Os boatos de que representantes do governo britânico e dos principais bancos do Reino Unido estariam discutindo a possibilidade de uma injeção de dinheiro público afetou as ações do setor financeiro. No sábado (4/10)0, o primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, disse que iria propor a criação de um fundo europeu de 12 bilhões de libras (cerca de US$ 21 bilhões) para ajudar pequenas empresas a enfrentarem a crise financeira. O ministro das Finanças do Reino Unido, Alistair Darling, disse por sua vez estar "pronto para fazer o que for preciso" para evitar uma crise de crédito no sistema financeiro britânico. As ações do Deutsche Bank caíam 10,5% com os rumores de que o banco estaria planejando uma elevação de capital. O banco não quis comentar. "Até o momento, o mercado não se deixou impressionar nem convencer pelas ações dos governos", informou o banco suíço UBS em uma nota. "O fim do jogo para essa crise financeira tem de incluir recapitalização, incluindo nacionalizações (...) Os governo precisam fazer mais e serão forçados a isso." A ação governamental de maior peso até o momento foi a dos EUA: o Congresso aprovou na semana passada um pacote de US$ 700 bilhões para que o Departamento do Tesouro possa comprar títulos "podres" (com baixíssima probabilidade de resgate, ou seja, com alto risco de calote) e tentar restaurar a confiança nos mercados. O governo da Alemanha, por sua vez, anunciou uma ajuda de cerca de US$ 68 bilhões para o banco hipotecário Hypo Real Estate. Outros bancos europeus, como o Dexia e o Fortis, já receberam ajuda governamental. Hoje, o governo da Islândia assumiu o controle total sobre o segundo maior banco do país, o Landsbanki, em uma operação equivalente à nacionalização. A notificação sobre a nacionalização do Landsbanki aconteceu pouco depois que a Rússia concedeu à Islândia um crédito de 4 bilhões de euros para ajudar o país a sair da crise financeira que ameaça seu sistema bancário. As novas medidas, em resposta à crise, permitirão ao Estado intervir em todos os bancos, obrigá-los a se fundir-se ou a se declarar em quebra. "Estamos diante da possibilidade de que toda a economia nacional seja arrastada para as profundezas da crise bancária global e que a nação se declare em quebra", disse o primeiro-ministro islandês, Geir Haarde. Na Ásia, algumas das Bolsas da região tentaram reagir, mas outras fecharam em baixa hoje após o dia que foi considerado o pior desde o início da crise financeira, no ano passado. Na Coréia do Sul, a Bolsa de Seul fechou o dia com alta de 0,54%; em Sydney (Austrália), a aceleração de 1,17%. Em Xangai (China), o mercado manteve as perdas, de 0,73%; a Bolsa de Tóquio (Japão) encerrou o dia com mais de 3% de queda, aos 10.155,90 pontos, após afundar mais de 5% durante o dia e ficar abaixo dos 10 mil pontos. A Bolsa de Hong Kong ficou fechada devido a um feriado.

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