postado em 07/10/2008 10:08
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registra perdas já nos primeiros negócios desta terça-feira (7/10). O medo de uma recessão nas principais economias do planeta - nos EUA e nos países europeus - assombra o mercado financeiro, que ontem teve um de seus piores dias desde o início da crise dos créditos "subprimes". Hoje, investidores e analistas devem ficar atentos aos mais novos dados sobre a economia americana e às palavras de Ben Bernanke, presidente do Fed, o banco central dos EUA.
O principal índice da Bolsa, o Ibovespa, cede 0,12% e atinge os 42.051 pontos. Ontem, a Bolsa fechou em forte queda de 5,43%.
O câmbio já mostra o nível de nervosismo do investidores: com pouco mais de meia hora de operações, o dólar comercial já disparou e às 10h12 era cotado a R$ 2,225, em alta de 1,22% sobre a cotação de ontem.
As principais Bolsas asiáticas, com destaque para Tóquio, cederam ao pânico mundial de ontem e fecharam com quedas acentuadas. O índice de ações japonês Nikkei perdeu mais de 3% no fechamento desta terça-feira. Na Europa, as principais Bolsas operam em sentido inverso: em Londres, o índice FTSE sobe 0,91%, enquanto o Dax, do mercado de Frankfurt, valoriza 1,03%.
No mercado britânico, as ações do setor financeiro desabaram, com os rumores de que várias instituições financeiras haviam solicitado recursos em caráter emergencial ao governo. O setor financeiro das principais economias do planeta está sob o peso de uma aguda crise de confiança. As autoridades européias tentam conter a todo custo uma corrida bancária, a exemplo da chanceler alemã Angela Merkel, que deve discursar hoje, numa tentativa de acalmar a população. Ontem, o governo germânico tomou medidas para proteger os depósitos bancários.
Hoje, a Câmara de Comércio Britânica afirmou que a economia do Reino Unido já está em recessão e advertiu que o número de desempregados no país pode atingir 350 mil até o final deste ano.
No front doméstico, como medida preventiva à crise, o governo avisou que vai editar uma MP (medida provisória) que autoriza o Banco Central do Brasil a comprar diretamente a carteira de crédito de bancos comerciais.