postado em 07/10/2008 18:40
A oferta de imóveis para o setor corporativo aumentou em 30%, em um ano, em Manhattan, de acordo com o relatório da principal empresa do mercado imobiliário, o que evidencia o impacto da crise financeira americana, já que tem havido uma menor procura por salas comerciais.
O percentual de espaço comercial disponível passou de 5,7%, no terceiro trimestre do ano passado, para 7,4%, em 2008, aponta o estudo da imobiliária Cushman and Wakefield's, divulgado nesta terça-feira.
"Acreditamos ter alcançado o ponto de inflexão do mercado em agosto", disse o chefe de Operações da Cushman and Wakefield's para Nova York, Joseph Harbert.
Segundo o especialista, "chegou-se ao topo do mercado e, agora, estamos começando a baixar. Viemos de recordes históricos, mas a pergunta é o quanto vamos cair".
O espaço disponível para alugar aumentou 72% em 12 meses, o maior salto dos últimos quatro anos.
Atualmente, há 600 mil metros quadrados de escritórios à espera de inquilinos em Manhattan, ou seja, 350 mil a mais do que há um ano.
"A crise no mercado do crédito tornou mais difícil administrar uma empresa, e muitos inquilinos reexaminaram para baixo suas necessidades de espaço", completou.
Por enquanto, os preços se mantêm quase estáveis. Hoje, o valor do aluguel de um escritório custa, em média, 785 dólares por metro quadrado, o que significa apenas 2% a mais do que no ano passado.
Além disso, os bens estão mais tempo no mercado. "Há contratos, mas levam mais tempo para se concretizar, porque há mais opções de espaço e as negociações levam mais tempo", explicou Harbert.
As vendas também foram atingidas pela crise. Desde o início do ano, foram vendidos 18,7 bilhões de dólares em propriedades, contra os 42,4 bilhões de dólares registrados no mesmo período em 2007. Pelo menos 40% dos compradores são, hoje, estrangeiros, completou o relatório.