postado em 08/10/2008 08:55
As Bolsas européias vivem um novo dia de quedas expressivas, puxadas para baixo pelo temor de uma crise econômica global - o mesmo que fez a Bolsa de Tóquio cair ao nível mais baixo desde 1987. Em Hong Kong, investidores foram protestar em frente à sede do Bank of China para exigir a devolução do dinheiro que perderam em investimentos ligados ao banco americano Lehman Brothers (que quebrou no dia 15 de setembro). Na Rússia, os negócios foram suspensos por dois dias devido às quedas acentuadas.
Às 7h36 (em Brasília), a Bolsa de Londres estava em queda de 2,90% no índice FTSE 100, indo para 4.471,48 pontos; a Bolsa de Paris caía 3,87% no índice CAC 40, indo para 3.587,72 pontos; a Bolsa de Frankfurt caía 4,90% no índice DAX, operando com 5.065,55 pontos; a Bolsa de Amsterdã tinha queda de 4,81% no índice AEX General, que estava com 294,56 pontos; a Bolsa de Milão caía 3,99% no índice MIBTel, que ia para 17.101 pontos; e a Bolsa de Zurique estava em baixa de 3,52%, com 6.200,75 pontos no índice Swiss Market.
Logo após a abertura, a Bolsa russa caiu 14%, para o menor nível em mais de três anos e o pregão foi suspenso; os investidores no país ignoraram a injeção de US$ 36 bilhões feita ontem pelo governo do presidente russo, Dmitry Medvedev, a fim de tentar evitar uma crise de oferta de dinheiro no país. A Bolsa deve reabrir apenas na sexta-feira (10).
O governo britânico, na tentativa de evitar que a onda de problemas vista nas instituições americanas no mês passado se repita no Reino Unido, anunciou um plano de resgate de 50 bilhões de libras (cerca de US$ 87 bilhões) para estabilizar o sistema financeiro do país. Também com pouco efeito para animar os investidores a permanecer no mercado. O ministro das Finanças, Alistair Darling, afirmou que os principais alvos da ação são os bancos em crise - entre eles o RBS (Royal Bank of Scotland).
Os papéis do setor bancário estiveram entre as maiores perdas, com destaque para os do Credit Suisse, BNP Paribas e Société Générale.
Na Bolsa de Paris, os negócios também foram brevemente suspensos, depois que o excesso de ordens de venda de ações inundou o sistema, provocando uma queda de mais de 8%; as ordens de venda ultrapassaram a marca de 35% do valor total das ações que formam o índice CAC 40, disparando a trava automática das negociações.
No Japão, o governo tenta encontrar uma forma de lidar com a crise que fez o Nikkei 225, da Bolsa de Tóquio - a principal da Ásia - caiu 9,38%, aos 9.203,32 pontos, no pior resultado desde 1987. "Isso não é normal", disse hoje o premiê japonês, Taro Aso. Uma queda assim nos preços das ações "está verdadeiramente além da nossa imaginação", afirmou. Ele pediu uma resposta efetiva para a escassez de crédito que ameaça dar início a uma recessão global.