Economia

Governador de SP critica duramente medidas do BC para conter crise

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postado em 08/10/2008 20:41
O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), criticou duramente nesta quarta -feira as ações adotadas pelo Banco Central para conter os avanços da crise econômica internacional. Serra disse que o Banco Central foi "lento e muito imprudente" ao elevar os juros "para as nuvens". Mas, segundo ele, a crise atual não é o "final do capitalismo" e será superada. No entanto, o governador afirmou que o Brasil já foi atingido pelos efeitos desta crise. "Acho que o Banco Central foi lento e muito imprudente quando relevou os juros para as nuvens e megavalorizou o câmbio, agora não adianta olhar o que passou, a gente tem de olhar para frente e procurar uma saída, que acho perfeitamente exeqüível", afirmou o governador, após reunir-se por cerca de uma hora com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto. Para Serra, que foi ministro do Planejamento e da Saúde do governo Fernando Henrique Cardoso, a crise econômica mundial já causou danos ao Brasil e para evitar maiores prejuízos, Lula determinou uma série de medidas. "É tanto que a crise chegou que estão adotando as medidas [já anunciadas pela equipe econômica], como a venda de dólar, criação de linhas de crédito. Não acho que a crise tenha uma intersecção com o Brasil. Não tenho a menor dúvida disso", afirmou Serra. Em seguida, o governador disse estar convencido que a crise será superada: "(Há) otimismo a médio e longo prazo sempre que se atue de direito. Eu acho que o Banco Central foi muito lento. Não estou aqui querendo dar palpite em política econômica, mas vocês me obrigam". Segundo Serra, os efeitos da crise são diferentes em cada país. Para fazer essa comparação, o governador citou o escritor russo Leon Tolstoi e o livro "Anna Karenina". "O Tolstoi na abertura do livro 'Anna Karenina' disse o seguinte: "todas as famílias felizes se parecem e todas as famílias infelizes são diferentes´. Então quando a economia vai bem de todos os países, todos eles se parecem. Quando tem crise ela é diferente em cada lugar. Não há uma receita geral para ser adotada e o Brasil tem de olhar o seu lado", disse Serra.

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