postado em 09/10/2008 18:00
A Bolsa de Nova York registrou uma forte queda nesta quinta-feira (9/10), após uma onde de pânico no final da sessão que tomou conta dos investidores, preocupados com as perspectivas dos bancos e da General Motors: Dow Jones recuou 7,33% e Nasdaq, 5,47%.
Segundo números defintivos do fechamento, o Dow Jones Industrial Average (DJIA) perdeu 678,91 pontos, a 8.579,19 unidades.
É o sétimo pregão consecutivo que termina em baixa do índice vedete de Wall Street, que não fechava abaixo dos 9.000 pontos desde junho de 2003. Os 30 valores que compõem o índice terminaram no vermelho.
Esta nova derrubada acontece exatamente um ano depois do DJIA ter alcançado seu recorde absoluto em sessão, 14.164,53 pontos, em 9 de outubro de 2007, tendo perdido desde então cerca de 40% de seu valor.
O índice Nasdaq, de alto componente tecnológico, cedeu 95,21 pontos, encerrando a 1.645,12 unidades, enquanto o índice ampliado Standard & Poor's 500 caiu 7,62% (75,02 pontos), a 909,92 unidades.
"É o pânico total, não existe outra palavra", comentou Gregori Volokhin, da Meeschaert New York.
Depois de abrir em alta e vacilar sobre que orientação tomar durante grande parte do pregão, os índices despencaram durante a última hora de operações.
Os valores financeiros - particularmente sob pressão depois do fim da proibição das vendas a descoberto - foram as primeiras vítimas, sobretudo dos três bancos que entram na composição do Dow Jones: a ação do Bank of America caiu 11,18%, a do Citigroup fechou a -10,21% e a do JPMorgan Chase, a -6,67%.
"As pessoas não vêem que outra coisa que não a nacionalização dos bancos pode acontecer", estimou Volokhin.
Outro valor atingido pela proibição das vendas a descoberto foi o da montadora General Motors (-31,11%, a US$ 4,76). A agência de classificação Standard and Poor's (S) declarou-se "preocupada" com os "sérios" problemas financeiros que a companhia poderia enfrentar a partir do ano que vem, precipitando sua queda no fim da sessão.
Os papéis de sua concorrente Ford perderam 21,80%, terminando a 2,08 dólares, afetados também por comentários semelhantes por parte da S.
"As pessoas pensam que o Estado deve continuar salvando tudo o que pode, mas não se pode salvar tudo", constatou o analista da Meeschaert.
Os valores da energia foram arrastados pela queda dos preços do petróleo, que perdiam mais de quatro dólares o barril nas operações eletrônicas da noite desta quinta-feira em Nova York.
A ExxonMobil, maior capitalização do Dow Jones, perdeu 11,69%, a US$ 68.
O mercado obrigatório caiu. O rendimento dos bônus do Tesouro a dez anos subiu a 3,834%, contra 3,715% na noite de quarta-feira, e o dos títulos a 30 anos a 4,120%, contra 4,063%.