postado em 09/10/2008 20:21
Mais de 100 agências de bancos no Distrito Federal que continuavam funcionando apesar da greve dos bancários, deflagrada localmente no último dia 30 de setembro, teriam fechado as portas nesta quinta-feira (9/10). A informação é do Sindicato dos Bancários de Brasília, que acredita que a adesão nacional à paralisação, que teve início ontem, contribuiu para a ampliação do movimento a nível local. A entidade afirma que a participação na suspensão das atividades subiu de um patamar de 75% para entre 80% e 85%.
Segundo o sindicato de Brasília, 60 agências de bancos privados ; sobretudo Itaú, ABN-Real, HSBC, Unibanco, Bradesco, Santander, Citibanl e Mercantil do Brasil ; não abriram as portas hoje. Além disso, 55 agências do Banco de Brasília (BRB) - vinculado ao governo do DF ; teriam permanecido fechadas, incluindo o edifício-sede da instituição financeira, no Setor Bancário Sul.
No Brasil, segundo informações da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), o segundo dia de paralisação dos bancários atingiu 20% das agências do país, de um total de 18,3 mil. De acordo com a Confederação, a maior parte das unidades que não abriram as portas fica em São Paulo, Brasília, Curitiba e Rio de Janeiro. A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) não informou seu balanço de adesão.
Os bancários reivindicam aumento real de 5% nos salários, acima da inflação medida nos últimos 12 meses pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que ficou em 7,15%. Isso daria um reajuste nominal no patamar de 13,5%, bastante superior ao de 7,5% oferecido pela Fenaban no final de setembro. A categoria quer também valorização dos pisos salariais, maior Participação nos Lucros e Resultados (PLR), fim das metas abusivas de trabalho e do assédio moral. Mesmo com a deflagração da greve, a Fenaban ainda não fez nova proposta.
Bolo e manifestação
Nesta sexta-feira (10/10) os bancários do DF devem se reunir no Setor Bancário Sul (SBS) para fazer um balanço da greve até agora. Haverá um bolo em comemoração aos 200 anos do Banco do Brasil - a serem completos no dia 12 de outubro, domingo -, uma manifestação e a discussão dos termos de uma carta que a categoria pretende enviar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com o Sindicato dos Bancários de Brasília, o documento será parecido com o que foi entregue no Ministério do Planejamento no início desta semana, pedindo a intervenção do órgão nas negociações com as diretorias da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil, instituições onde a adesão à greve é maciça.