postado em 10/10/2008 12:10
Durante alguns momentos, o petróleo foi negociado abaixo de US$ 80 por barril no mercado futuro pela primeira vez em um ano, em meio a temores de agravamento da crise econômica mundial.
Às 11h33 (de Brasília), o contrato do petróleo leve (WTI) com vencimento em novembro recuava 5,68%, para US$ 81,67 o barril no pregão eletrônico da Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês), após ter atingido a mínima de US$ 78,61 um pouco mais cedo. O petróleo Brent caía US$ 6,25 na bolsa eletrônica ICE, em Londres, negociado a US$ 76,41 o barril.
Foi a primeira vez que o preço do petróleo ficou abaixo de US$ 80 o barril desde 10 de outubro de 2007. A barreira foi rompida depois de uma queda acentuada nos mercados de ações durante a madrugada, em um momento no qual investidores desfazem-se de suas ações para se antecipar ao agravamento da crise.
O índice Dow Jones Industrial caiu mais de 500 pontos minutos depois do início das negociações, depois de quedas de quase 10% nos mercados acionários europeus e asiáticos. "Os mercados de commodities não conseguiram escapar da sombra da queda dos mercados de ações", escreveu Ed Meis para a MF Global.
O obscuro panorama econômico tem levado especialistas a reduzir as estimativas de demanda e preço do petróleo para 2009. A Agência Internacional de Energia (AIE) reduziu sua expectativa de aumento de demanda para o ano que vem em 440.000 barris por dia, ou quase 40%, passando a prever elevação de 700.000. A entidade ainda observa a queda vindo principalmente do mundo desenvolvido e mantém a previsão de aumento de demanda por parte da China.
Para a AIE, o forte aumento de demanda por parte da China e do Oriente Médio continua sendo uma estrela solitária e "ainda não é possível observar evidências claras de uma redução drástica" nessas duas regiões.
Os preços do petróleo já estão abaixo da marca que muitos analistas previam para os mercados futuros no caso de uma recessão global. Isso aumenta a probabilidade de o petróleo estar próximo de encontrar um piso, mesmo que as ações continuem a despencar, observam analistas.
"Não posso dizer que vá ficar assim. Quedas livres normalmente param meio aleatoriamente", disse Dean Hazelcorn, um trader da Coquest Inc. em Dallas