Economia

Em dia de fortes emoções, Bolsas americanas fecham próximas da estabilidade

;

postado em 10/10/2008 18:13
Em um dos dias mais instáveis de sua história, o mercado acionário americano fechou a semana sem tendência definida. Depois de iniciar o dia com perdas que passaram dos 10%, as Bolsas americanas reduziram as perdas e, no caso da tecnológica Nasdaq, ainda conseguiu encerrar em terreno positivo. Temores sobre o desempenho da economia "real" --personificado no medo da montadora General Motors quebrar-- e o desenrolar da crise financeira global semearam o pânico entre os investidores nas primeiras horas de pregão. Porém, os preços muito baixos das ações, o que incentiva a entrada de investidores, e a possibilidade do governo americano tomar novas medidas anticrise durante o final de semana fizeram os índices melhorarem. O Dow Jones Industrial Average, principal indicador da Bolsa de Valores de Nova York, perdeu 1,49%, aos 8.451,19 pontos, e o ampliado S 500 recuou 1,18%, para 899,22 unidades. Na Bolsa tecnológica Nasdaq, o indicador Nasdaq Composite fechou em alta de 0,27%, aos 1.649,51 pontos. O dia começou com pânico entre os investidores devido ao rebaixamento dos ratings (notas) dos bancos Morgan Stanley e Goldman Sachs e das montadoras General Motors e Ford pela agência de classificação Moody´s. A situação que mais preocupou o mercado foi a da GM. Boatos que chegaram a Wall Street davam conta de que a empresa estaria se preparando para declarar moratória, após a dramática queda de suas ações na quinta-feira, que deixaram os papéis da montadora em seu nível mais baixo desde os anos 1950. Porém, a empresa emitiu um comunicado que desmentiu a informação. "Claramente encaramos dificuldades sem precedentes relacionadas com as incertezas nos mercados financeiros globalmente e o enfraquecimento dos fundamentos econômicos em muitos mercados-chave, mas a moratória não é uma opção que a GM está considerando´" informou a companhia. O mercado começou a se recuperar ainda pela manhã, com a GM desmentindo o boato de quebra e com o discurso do presidente americano, George W. Bush. Ele disse que o sistema financeiro americano não está isolado do resto do mundo e destacou as reuniões que ocorrerão a partir de hoje entre o governo americano e representantes do G7 (grupo dos sete países mais ricos) e do G20 financeiro (grupo dos principais ministros de fazenda e presidentes de bancos centrais do mundo) para coordenar os trabalhos. "Estamos trabalhando com o mundo inteiro", disse o presidente. Segundo ele, isso é um "sinal inequívoco de que vamos superar os problemas juntos". A proximidade dessas reuniões trouxe aos investidores a esperança de que novas medidas anticrise serão definidas a partir da noite de hoje, quando o presidente do Tesouro americano, Henry Paulson, fará novo discurso. Tal esperança deu o fôlego necessário para que as perdas em Wall Street se reduzissem nos minutos finais de negociação.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação