Economia

Bolsas européias têm dia de euforia e fecham com fortes altas

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postado em 13/10/2008 13:30
As Bolsas européias fecharam nesta segunda-feira (13/10) com altas expressivas, indicando que o os investidores se animaram com as iniciativas combinadas de diversos governantes ; -em especial o americano e os europeus ; neste fim de semana para controlar a crise financeira que provocou quedas históricas na semana passada. Alguns dos principais indicadores das Bolsas do continente tiveram ganhos de mais de 10%, com destaques para a Bolsa de Paris, onde o índice CAC 40 teve sua alta mais expressiva em 20 anos, e em Londres, com o FTSE tendo a segunda maior alta de sua história. A Bolsa de Londres fechou em alta de 8,26%, indo para 4.256,90 pontos no índice FTSE 100. A Bolsa de Paris subiu 11,18%, indo para 3.379,28 pontos no CAC 40. A Bolsa de Frankfurt subiu 11,4%, para 5.062,45 pontos no índice DAX. A Bolsa de Amsterdã teve alta de 10,5% no índice AEX, indo para 285,27 pontos. A Bolsa de Milão avançou 10,93%, para 16.125 pontos no índice MIBTel, e a Bolsa de Zurique teve ganho de 11,39% no índice SMI, que subia para 5.956,32 pontos. A animação é relacionada à série de pacotes de ajuda ao setor financeiro promovidos hoje por vários países europeus, que foram previamente acordadas no domingo em uma reunião dos países da zona do euro (que usam o euro como moeda única), além de Inglaterra e Rússia. Também reflete as decisões do G7 (Grupo dos Sete, que reúne os sete países mais ricos do mundo) e do G20 financeiro de assegurarem o bom funcionamento dos mercados financeiros. Os 15 países da zona do euro concordaram no domingo, em Paris, em criar um plano conjunto para atacar a crise centrado em dois pilares: a garantia dos empréstimos interbancários e o apoio às entidades para evitar sua quebra, recorrendo, inclusive, a recapitalizações. Até o final da manhã de hoje, cinco dos 15 países que estão na zona do euro e já liberaram recursos na ordem de 1,08 trilhão de euros (US$ 1,47 trilhão): Alemanha (500 bilhões de euros, ou cerca de US$ 815 bilhões), França (360 bilhões de euros, ou cerca de US$ 490 bilhões), Espanha (100 bilhões de euros, ou cerca de US$ 136 bilhões), Áustria (100 bilhões de euros) e Portugal (20 bilhões de euros, ou cerca de US$ 27 bilhões). Além dos países da zona do euro, a Inglaterra também já tinha anunciado um pacote de ajuda semelhante de 50 bilhões de euros (cerca de US$ 68 bilhões), a serem usados para comprar ações dos principais bancos do país. O governo local anunciou que recapitalizará os bancos Royal Bank of Scotland (RBS), HBOS e Lloyds TSB com esses recursos para manter os mesmos em boa situação. Esse pacote foi considerado o "modelo" para a medida dos países da zona do euro. Por sinal, os bancos que receberão recursos ficaram entre as que mais apresentaram altas na Bolsa de Londres. Os papéis da HBOS avançaram 27,5%, enquanto o Lloyds TSB ganhou 14,5% e o RBS fechou em alta de 8,4%. Já na Rússia, o governo sancionou um pacote de leis para estabilizar os mercados financeiros. "Assinei uma série de leis que foram preparadas rapidamente por ordem minha e por iniciativa do governo, e aprovadas pelo parlamento na semana passada", declarou o presidente Dmitri Medvedev, citado pela agência Interfax. Os analistas cifram o plano russo em mais de US$ 150 bilhões. A maior parte dos recursos disponibilizados pelos países europeus para acalmar os ânimos do setor financeiro será usado para garantir empréstimos interbancários. Mas austríacos, alemães e franceses também liberaram dinheiro para a compra de ações dos bancos mais prejudicados. Além das iniciativas dos governos, outra frente foi aberta na Europa para tentar reduzir o impacto da crise financeira global. Os bancos centrais da Europa anunciaram que proporcionarão quantidades ilimitadas de créditos em dólares em períodos compreendidos entre uma semana e 84 dias. O BCE (Banco Central Europeu), o Banco da Inglaterra e o SNB (Swiss National Bank) oferecerão empréstimos em dólares para períodos de sete, 28 e 84 dias "a juros fixos", afirmou o BCE em um comunicado. *G20 e G7* No sábado (11), o G20 (grupo que reúne países emergentes) comprometeu-se a "utilizar todos os instrumentos econômicos e financeiros para assegurar a estabilidade e o bom funcionamento dos mercados financeiros", segundo comunicado divulgado após encontro do órgão. Participaram da reunião, entre outros, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, o ministro da Fazenda, Guido Mantega --que preside atualmente o G20--, o secretário do Tesouro americano, Henry Paulson, e o presidente do Federal Reserve (o BC americano), Ben Bernanke. Também ocorreu uma reunião do IMFC (Comitê Monetário e Financeiro Internacional, na sigla em inglês), principal órgão diretor do FMI (Fundo Monetário Internacional), em que ficou acertado que o plano contra a crise elaborado pelo G7 (grupo dos sete países mais ricos) receberá um apoio "enérgico". O plano do G7, anunciado na sexta-feira, é baseado em cinco pontos para enfrentar a crise.

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