postado em 15/10/2008 21:24
O vice-presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos), Donald Kohn, previu nesta quarta-feira (15/10) uma queda no consumo das famílias americanas no terceiro trimestre, o que será o primeiro retrocesso desse índice desde 1991.
Devido ao aumento do desemprego e à dificuldade de acesso ao crédito, "os gastos dos consumidores caíram entre junho e agosto e estão prestes a retroceder também em todo o terceiro trimestre, o que marcará a primeira queda trimestral desde 1991", declarou Kohn em um discurso em Nova York.
Kohn confirma, assim, o prognóstico pessimista em relação à economia dos EUA, cujos indicadores estão ficando no vermelho um atrás do outro.
O consumo é o motor do crescimento nos Estados Unidos, onde gera dois terços do PIB. Sua queda, verificada desde o início do ano, foi compensada por uma forte alta das exportações (devido à queda do dólar), o que permitiu que o crescimento se mantivesse positivo no segundo trimestre.
Kohn destaca que o enfraquecimento da economia dos demais países "sugere que o apoio dado à produção interna pelas exportações no primeiro semestre deve diminuir".
Sobre o futuro, Kohn não é mais otimista do que o presidente do Fed, Ben Bernanke, que declarou, hoje, que a recuperação "não virá logo em seguida".
Para o vice do órgão, "o cenário mais provável é o de uma economia com uma subperformance até um estágio avançado do próximo ano, antes de melhorar, gradualmente, no final de 2009 e em 2010".
Kohn acredita que o mercado imobiliário, cuja crise está na origem de todos os problemas atuais, ainda não chegou ao fundo do poço.
"Os preços do setor da habitação vão, provavelmente, continuar a cair durante algum tempo", afirmou, considerando que qualquer "recuo" do mercado deverá ser "modesto", mas que uma simples "estabilização do mercado da habitação sumiria com um peso importante sobre a economia americana".