postado em 16/10/2008 09:34
O gigante financeiro norte-americano Citigroup anunciou nesta quinta-feira (16/10) que registrou um prejuízo de US$ 2,8 bilhões (US$ 0,60 por ação) no terceiro trimestre, mais uma vez em conseqüência das reduções nos valores de ativos ligados a papéis de risco, como hipotecas "subprime".
No mesmo trimestre do ano passado, o grupo financeiro havia registrado um lucro de US$ 2,21 bilhões (US$ 0,44 por ação). O resultado anunciado hoje, no entanto, não foi tão negativo quanto o previsto pelos analistas - que antecipavam um prejuízo de US$ 0,70 por ação.
"Embora nosso terceiro trimestre reflita tanto um ambiente difícil quanto as reduções nos valores de nossos ativos, estamos fazendo um excelente progresso", disse o executivo-chefe do Citi, Vikram Pandit, em um comunicado.
O resultado do banco ainda inclui um encargo de US$ 3,9 bilhões, para elevar suas reservas para cobrir perdas com inadimplência e uma redução de US$ 4,4 bilhões nos valores dos ativos nas divisões de títulos e de operações bancárias.
O Citi perdeu recentemente uma queda de braço com o Wells Fargo, pela compra do banco Wachovia. No domingo (12), o Federal Reserve (Fed, o BC americano) aprovou o prosseguimento das negociações entre o Wells Fargo e o Wachovia. Em um comunicado, o Fed informou ter entrado em contato com as agências federais encarregadas de supervisionar a transação e com o Departamento de Justiça e todos "disseram não ter objeções à aprovação" da aquisição do Wachovia pelo Wells Fargo.
No último dia 3, o Wells Fargo anunciou a fusão com o Wachovia, incluindo as operações bancárias de varejo da instituição; estas, no entanto, já haviam sido negociadas em um acordo preliminar, feito entre o Citi e o Wachovia e anunciado no dia 29 de setembro, com a assistência da FDIC (Corporação Federal de Seguro de Depósito, na sigla em inglês), órgão do governo que garante operações do setor bancário americano.
O Citigroup considerou, segundo um comunicado, que o acordo entre o Wachovia e o Wells Fargo foi uma "clara ruptura" do acordo que tinha.
O Wachovia está entre as instituições bancárias mais atingidas pela crise financeira em curso, surgida a partir dos problemas no mercado imobiliário - em particular no segmento de hipotecas "subprime" (que reúne clientes com histórico de problemas com crédito).