Economia

Alta dos alimentos é fardo para 60% da população mundial

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postado em 16/10/2008 18:09
São Paulo, SP - Uma nova pesquisa encomendada pela BBC indica que 60% das pessoas em 26 países pesquisados estão sentindo muito os efeitos da alta global dos preços dos alimentos e quase metade (43%) se viram obrigadas a mudar seus hábitos alimentares por conta disso. A pesquisa ouviu 27.319 pessoas em Austrália, Brasil, Canadá, China, Costa Rica, Egito, Estados Unidos, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Quênia, Líbano, México, Nigéria, Paquistão, Panamá, Filipinas, Polônia, Rússia, Coréia do Sul, Espanha, Turquia, Emirados Árabes Unidos e Reino Unido. De acordo com o levantamento, muitas famílias, sobretudo aquelas que vivem em países em desenvolvimento, cortaram gastos com os alimentos porque consideram o custo muito alto. A situação mais preocupante foi encontrada nas Filipinas e no Panamá. Nos dois países, 63% das famílias ouvidas no estudo disseram que estão diminuindo o consumo de alimentos. Países ricos As Filipinas têm sido particularmente mais afetadas pelo aumento dos preços dos alimentos neste ano. O país teve um rápido crescimento populacional e há escassez de áreas para as lavouras. O preço do arroz registrou altas no primeiro semestre de 2008 devido a uma série de safras ruins. Grandes exportadores, como a Índia e o Vietnã, impuseram limites à exportação do produto para garantir o abastecimento da população de seus próprios países. As Filipinas são um dos maiores importadores de arroz do mundo. A mudança na dieta também tem ocorrido nos países ricos, mas em menor proporção. Nos Estados Unidos, mais de 20% da população cortou parte do que consumia em alimentos. No Reino Unido, 25%, e na Alemanha, 10% da população deixou de adquirir parte dos alimentos que consumia também por causa da alta nos preços. A pesquisa também revelou que 70% das pessoas em todo o mundo estão insatisfeitas com as políticas de governo adotadas em seus países para tornar os preços dos alimentos mais acessíveis. Energia A pesquisa analisou também o impacto da alta do preço da energia e apontou que 60% dos entrevistados já foram afetados pelos aumentos. As Filipinas mais uma vez aparecem com a pior situação entre os países pesquisados. A alta no preço da energia pesou no bolso de 96% dos entrevistados. Nos países ricos, a alta da energia também foi sentida. Na Itália, 61% dos entrevistados sentiram o aumento do gasto com energia; na França, foram 59% e, nos Estados Unidos, 58% das famílias notaram a diferença no valor da conta de luz. O levantamento foi conduzido entre 8 de julho e 15 de setembro pela empresa de pesquisas internacional GlobeScan com o Programa sobre Atitudes Políticas Internacionais, da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos. Com o agravamento da crise econômica global, o preço do barril de petróleo está caindo e, conseqüentemente, o valor das commodities agrícolas --já que um petróleo mais barato significa fertilizantes e custos de redistribuição menores. .

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