postado em 17/10/2008 10:12
O pacote bilionário do governo alemão para resgatar o sistema financeiro não ajuda a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) a abrir o pregão desta sexta-feira (17/10) em tom mais positivo. Os investidores seguem temerosos com a perspectiva de recessão nas economias centrais, e com os prováveis efeitos sobre os países emergentes.
Hoje, a Aracruz Celulose revelou prejuízo de R$ 1,6 bilhão, devido à perdas em operações de câmbio afetadas pelas recentes turbulências no mercado financeiro. Ontem, outra empresa do setor de celulose já havia admitido prejuízos no terceiro trimestre: a Klabin, com perdas de R$ 253,14 milhões, ante lucro de R$ 177,52 milhões no mesmo período de 2007.
O Ibovespa, índice que reflete os preços das ações mais negociadas, cai 1,11%, para 36.036 pontos. Ontem, a Bolsa fechou com perdas de 1,06%.
O dólar comercial é negociado a R$ 2,152 na venda, em declínio de 0,50% sobre a cotação de ontem.
As Bolsas européias operam com ganhos, a exemplo de Londres (avanço de 1,92%) e Frankfurt (valoriza de 0,17%). Na Ásia, a Bolsa de Tóquio fechou em alta de 2,87%, após ter registrado sua pior queda em 21 anos na jornada de quinta-feira.
Entre as primeiras notícias do dia, o "Bundestag", a Câmara dos Deputados alemã, aprovou nesta sexta-feira, em uma medida urgente, um pacote de 500 bilhões de euros (aproximadamente US$ 670,4 bilhões) para resgatar o sistema financeiro. À semelhança de planos já anunciados no Reino Unido e no EUA, o dinheiro também deve ser aplicado para capitalizar bancos por meio da compra de ações, de modo a estimular a circulação de recursos na economia, num momento de crise de confiança no sistema bancário.
O presidente dos EUA, George W. Bush, admitiu que vai levar algum tempo até que as instituições financeiras voltem a funcionar regularmente, mas que "o povo americano pode confiar em que isso acontecerá".