postado em 21/10/2008 15:56
O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), disse nesta terça-feira (21/10) que a crise econômica internacional vai "bater na porta" do Brasil com riscos de prejuízos ao país. O senador defendeu medidas para conter a crise, mas disse acreditar que o governo esteja preparado para enfrentá-la.
"A crise vai bater em nossas portas. Se não tivermos com as portas fechadas, ela vai entrar e derrubar um bocado de coisa. O governo tem reservas, diz que está preparado para enfrentar o que vem por aí", afirmou.
Garibaldi disse que a expectativa do Legislativo é que o governo esteja "à altura do desafio" de conter os impactos da crise. Preocupados com as conseqüências da turbulência internacional, os deputados e senadores vão dedicar a semana para discutir a crise - uma vez que o Congresso está em "recesso branco" (sem realizar votações) até o segundo turno das eleições municipais.
A Câmara realiza nesta terça-feira comissão-geral no plenário para discutir os impactos da crise no país. O ministro da Fazenda, Guido Mantega e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, foram convidados para discutir a crise com os parlamentares. O governo trabalha para aprovar na próxima semana a medida provisória que amplia poderes do Banco Central para garantir a liquidez de pequenos e médios bancos brasileiros.
A MP foi editada no auge da crise econômica como alternativa para ajudar o país a enfrentar a turbulência nos mercados internacionais. Além de ampliar poderes do BC na liquidez dos bancos, a medida também permite ao banco liberar empréstimos em moeda estrangeira para instituições financeiras que operem com câmbio.
Em troca da votação da MP, o governo aceitou retirar a urgência na votação do projeto que cria o fundo soberano, em tramitação na Câmara. Líderes da base aliada governista e da oposição fecharam acordo para que o texto entre na pauta da Casa somente após as eleições municipais de outubro, o que abre caminho para a votação de medidas provisórias que trancam a pauta. A falta de acordo sobre a votação do fundo soberano ameaçava paralisar os trabalhos da Câmara até a terceira semana de novembro. A oposição havia se mostrado disposta a obstruir as votações das MPs até que o governo federal retirasse a urgência do projeto.