Economia

Banco Wachovia anuncia prejuízo líquido de US$ 23,9 bi

;

postado em 22/10/2008 10:31
O banco norte-americano Wachovia saiu de lucro no terceiro trimestre de 2007 para prejuízo líquido em igual período deste ano, prejudicado por baixas contábeis de US$ 18,8 bilhões e outros encargos no valor de US$ 8,71 bilhões referentes ao aumento das reservas de crédito, à turbulência no mercado financeiro, a custos de recompras de títulos com rendimento definido em leilão e ao apoio a fundos expostos ao Lehman Brothers e a entidades ligadas ao governo. A instituição financeira informou que obteve prejuízo líquido disponível para acionistas de US$ 23,9 bilhões (US$ 11,18 por ação) no terceiro trimestre deste ano. Excluindo dividendos, o prejuízo líquido foi de US$ 23,7 bilhões, ou US$ 11,09 por ação. No terceiro trimestre do ano passado, o Wachovia havia registrado lucro líquido de US$ 1,62 bilhão (US$ 0,85 por ação). A receita caiu 23% nessa base de comparação, atingindo US$ 5,77 bilhões. As provisões para perdas com crédito dispararam 1.525%, de US$ 408 milhões no terceiro trimestre de 2007 para US$ 6,63 bilhões em igual período deste ano. Frente ao registrado no segundo trimestre, o aumento foi de 19%. Os depósitos totais decresceram 6,5% no curso do trimestre. "Embora esse tenha sido um trimestre desafiador, as operações principais do Wachovia continuam sólidas e nossa franquia segue excepcionalmente atraente", disse o executivo-chefe do grupo, Robert K. Steel. Na realidade, os resultados mostram o quão difíceis tornaram-se as condições do Wachovia, que justificaram apoio, pelas autoridades norte-americanas, à compra das operações bancárias do grupo pelo Citigroup. Essas autoridades chegaram à conclusão de que um possível colapso do banco representaria uma ameaça para o já frágil sistema financeiro dos EUA. Mas a transação com o Citi não foi adiante, porque o Wells Fargo apresentou uma oferta muito maior por todo o Wachovia, avaliada em US$ 15,1 bilhões, e que não exigia a ajuda governamental. O diretor financeiro do Wells Fargo, Howard Atkins, disse que "as baixas contábeis de ativos, o aumento das reservas e outros itens (do balanço divulgado hoje) estão consistentes com nossos pressupostos de compra". As baixas contábeis, segundo o Wells Fargo, "não terão impacto sobre o capital tangível ou nosso planejado aumento de capital". Os problemas atuais do Wachovia hoje advêm em larga medida da aquisição do Golden West Financial, há dois anos, por US$ 25,5 bilhões. A decisão lançou o banco nos mercados de hipotecas a taxas ajustáveis perto do pico do boom imobiliário.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação