Economia

Expectativa por recessão e resultados fracos de empresas derrubam bolsas em NY

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postado em 22/10/2008 16:28
As bolsas americanas operam em queda nesta quarta-feira (22/10). Diante dos resultados trimestrais fracos das empresas divulgados nos últimos dias, a confiança dos investidores voltou a cair. Os juros menores entre os bancos havia dado algum alívio aos mercados nos últimos dias, mas a perspectiva de uma recessão global ganhou força. Às 15h51 (em Brasília), a Bolsa de Valores de Nova York (Nyse, na sigla em inglês) estava em baixa de 4,13%, indo para 8.660,35 pontos no índice Dow Jones Industrial Average, enquanto o S 500 caía 4,54%, para 911,70 pontos. A Bolsa Nasdaq operava em baixa de 3,14%, indo para 1.643,41 pontos. Na Europa, o dia foi igualmente fraco: a Bolsa de Londres caiu 4,46%; de Frankfurt teve baixa de 4,46%; e a de Paris caiu 5,10%. As da Ásia tiveram um dia ruim também: a Bolsa de Tóquio caiu 6,79%; a da Coréia do Sul caiu 5,14%; e a da China recuou 2,99%. Hoje, o banco Wachovia, um dos maiores dos Estados Unidos, anunciou um prejuízo de US$ 23,9 bilhões no terceiro trimestre do ano. As perdas somaram US$ 11,18 por ação, após o forte prejuízo de US$ 9,11 bilhões no segundo trimestre. O lucro do laboratório farmacêutico Merck caiu 28% no trimestre. Em outro resultado negativo, o lucro da seguradora Travelers caiu 82% no trimestre com as perdas relacionadas à passagem de furacões pelo sul do país neste ano. "Mesmo que não houvesse a crise de crédito, estaríamos olhando agora para uma recessão bem difícil de qualquer jeito", disse à agência de notícias Associated Press o gerente de carteiras John Thornton, da Stephens Investment Management Group. "Os lucros do terceiro trimestre foram desapontadores, mas isso não é a preocupação real. Acho que a preocupação é sobre a duração do declínio e o efeito que terá nos lucros." Hoje também a companhia telefônica americana AT anunciou que seu lucro teve um crescimento de 5,5% no terceiro trimestre, mas ficou abaixo do esperado pelos analistas. O lucro ficou em US$ 3,23 bilhões (US$ 0,55 por ação) entre julho e setembro deste ano, contra US$ 3,06 bilhões (US$ 0,50 por ação) um ano antes. A expectativa dos analista, no entanto, era de um lucro por ação de US$ 0,71. Outros dados já divulgados nesta semana e que desapontaram os investidores foram os da DuPont, da Sun Microsystems e da Texas Instruments. Os resultados fracos foram vistos como sinais de que nos próximos trimestres a economia pode sofrer uma desaceleração acentuada, chegando mesmo a uma recessão. A taxa London Interbank Offered Rate (Libor) para empréstimos de três meses em dólares teve nova queda, indo para 3,54%, contra 3,83% ontem. Foi o oitavo dia consecutivo de queda na taxa. A Libor é a referência para cobrança de juros por empréstimos que as maiores instituições bancárias fazem entre si. Por isso, ela é utilizada como base para que os bancos calculem os juros que cobram em outros empréstimos. Mesmo a queda da taxa não bastou para aliviar a tensão dos investidores hoje. Pesquisa A rede americana de TV CNN divulgou hoje uma pesquisa da Opinion Research Corporation mostrou que os americanos rejeitam o plano de resgate financeiro promovido pelo secretário do Tesouro, Henry Paulson, e têm uma opinião negativa de seu desempenho neste cargo. Segundo a pesquisa, 56% dos entrevistados rejeitam este programa, que prevê o uso de US$ 700 bilhões para sanear o sistema financeiro. A maioria também se opõe à compra de ações de bancos, um componente deste plano. Além disso, 64% dos questionados avalia de forma negativa o trabalho de Paulson à frente do Departamento do Tesouro, enquanto 28% o considera positivo.

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