Economia

Empresários do DF estão otimistas com fim de ano, mas preocupados a médio prazo

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postado em 22/10/2008 19:10
Apesar da crise financeira mundial desencadeada em setembro deste ano, com epicentro nos Estados Unidos mas com efeitos se estendendo por todo o globo, a confiança da indústria do Distrito Federal não se abalou e até cresceu, no que diz respeito às expectativas para os três últimos meses deste ano. Empresários entrevistados pela Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra) entre 15 e 17 de setembro - com o caos econômico a todo vapor - declararam-se otimistas em relação aos ganhos nos três últimos meses deste ano, nos quais os consumidores compram bens e utilizam serviços com mira nas festas de Natal e Ano Novo. Em comparação com as expectativas do setor para o trimestre julho-agosto-setembro, houve crescimento de 7,9% na confiança, que passou de 56,58 para 61,08 pontos. Com relação ao trimestre final do ano passado, também houve expansão no otimismo, com a confiança da indústria subindo 5,2%. O indicador de expectativa de faturamento para o quarto e último trimestre do ano também se expandiu no DF: passou de 54,5 pontos para 61.08 pontos em comparação com o terceiro trimestre, crescimento de 10,2% Em relação a igual período do ano passado, houve expansão de 9%. Para o analista econômico da Fibra, Diones Cerqueira, os números não surpreendem, já que a pesquisa feita pela Federação das Indústrias do DF mediu os anseios de empresários para "curtíssimo prazo". "Atribuímos a confiança em alta à sazonalidade do final do ano. Historicamente o último trimestre traz bom faturamento", avalia. Os industriais do Distrito Federal, no entanto, já demonstraram percepção de que serão afetados pela crise. Questionados pela Fibra quanto a investimentos para o ano de 2009, 60,3% dos representantes de 200 empresas que participaram da pesquisa afirmaram que não têm intenção de realizar gastos com infra-estrutura, ampliação de mercado consumidor e afins. "A médio prazo, a confiança deles já é outra", diz Cerqueira. Segundo Diones Cerqueira, no que toca à crise global o DF está "a reboque" das políticas que estão sendo adotadas pelo governo federal. "Está-se tentando garantir o crédito, sustentar os bancos para evitar que a economia pare. Empresários locais já comentaram que receberam ligações de bancos ofertando empréstimos", relata. Preocupação No que se refere aos principais motivos de preocupação dos empresários, item que também constou da pesquisa da Fibra, a alta da taxa de juros (a taxa básica, Selic, está em 14,25% após sucessivos reajustes do Banco Central) foi apontada por quase 70% dos entrevistados como um fato negativo, contra 65% na sondagem anterior. O quesito carga tributária continua sendo o principal motivo de preocupação, com indicação de 88,7% dos entrevistados.

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