Economia

FMI prevê piora maior na América Latina

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postado em 23/10/2008 08:09
Depois de ter previsto há menos de duas semanas que as economias dos países latino-americanos cresceriam, em média, 3,2% em 2009, o Fundo Monetário Internacional (FMI) agora sinaliza com uma revisão para baixo no índice. Essa foi a principal novidade na apresentação do relatório Perspectiva Econômica Regional do FMI para o Hemisfério Ocidental. "Essa previsão [3,2%] pode ser abaixo do que nós estimamos. Os riscos são mais de queda do que de elevação", disse David Robinson, vice-diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental do FMI durante uma apresentação do documento do Fundo, nesta quarta-feira (22/10), em Santiago, no Chile. A razão principal para a desaceleração, segundo Robinson, será a queda no preço das commodities. A maioria das economias na América Latina depende da exportação de produtos minerais e agrícolas para sustentar seu crescimento. Com a crise afetando os maiores compradores no mundo rico, há um freio natural nesse mercado. O FMI e o Banco Mundial tiveram um comportamento em geral atrasado na atual crise. Não souberam identificar o problema com antecedência. Agora, ainda continuam a divulgar previsões que são derrubadas a cada semana. Depreciação de moedas Apesar do possível crescimento menor, o FMI foi generoso a respeito da suposta melhor situação do continente em relação ao passado. Nos últimos quatro anos, segundo o FMI, os países latino-americanos cresceram anualmente 5%, na média. Agora, a incerteza a respeito de 2009 tem sido alimentada pelos efeitos da crise global. Robinson citou, entre outros pontos, a depreciação de 27% nas moedas da região em relação ao dólar. "Dado o que está acontecendo no restante do mundo, nossa previsão é que o crescimento na América Latina vai se reduzir de maneira notável", disse Robinson, sem dar um percentual específico. No caso dos EUA, o FMI acredita numa recessão no último trimestre deste ano e um crescimento marginal, de apenas 0,1% em 2009.

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