postado em 23/10/2008 15:11
As Bolsas européias fecharam sem uma direção definida nesta quinta-feira (23/10). Pela manhã, os mercados europeus caíram seguindo as perdas nas Bolsas asiáticas e a queda de mais de 5% vista ontem no índice Dow Jones, em Nova York. Hoje, no entanto, com resultados corporativos positivos e um pregão com movimento moderado nos EUA, investidores em algumas das Bolsas européias encontraram ânimo para fazer negócios.
A Bolsa de Londres fechou em alta de 1,16%, ficando com 4.087,83 pontos; a Bolsa de Paris subiu 0,38%, fechando com 3.310,87 pontos; e a Bolsa de Amsterdã ganhou 1,09%, fechando com 257,85 pontos.
Já a Bolsa de Frankfurt teve baixa de 1,12%, fechando com 4.519,70 pontos; a Bolsa de Milão teve baixa de 0,20%, fechando com 16.193 pontos; e a Bolsa de Zurique fechou em baixa de 0,54%, com 5.893,73 pontos.
O índice FTSEurofirst 300 - que reúne ações das principais empresas européias - fechou com baixa de 0,5%.
As ações do setor bancário estavam entre as que mais caíram hoje, com a queda dos papéis do Credit Suisse (-4,2%); o banco informou que o quarto trimestre ainda deverá apresentar dificuldades. Os bancos Santander e UBS tiveram perda de 5% em suas ações. No setor automobilístico, as ações da Daimler caíram 1,3%, com a redução em suas previsões de receita e lucro para este ano.
Os papéis das empresas européias do setor petrolífero subiram, com a alta no preço do petróleo hoje, devido à expectativa de um corte na produção da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), que deve se reunir amanhã, em Viena (Áustria). As ações da BP e da Royal Dutch Shell subiram mais de 5% e as da Total subiram 1,5%.
A Nestlé anunciou hoje um aumento de seu lucro nos nove primeiros meses de 2008 graças às suas principais marcas, que a permitiram ampliar as suas previsões para este ano mesmo com o avanço da crise. Os lucros do grupo chegaram no período a 81,4 bilhões de francos suíços (53,4 bilhões de euros), ou seja, um avanço de 3,4% em relação a 2007.
Com isso as ações da Unilever, Danone e Cadbury subiram entre 1% e 3,7%.
Na Ásia, os resultados fracos das empresas japonesas afetaram a Bolsa de Tóquio, que fechou em baixa de 2,46%, mas durante o dia chegou a perder 6,6%. A Bolsa de Seul (Coréia do Sul) despencou 7,48%; a Bolsa de Xangai (China) caiu 1,55%; Hong Kong caiu 3,55%; e a da Indonésia diminuiu 3,72%. A Bolsa de Sydney (Austrália) perdeu 4,39%.
As Bolsas americanas caem, depois de uma abertura positiva. O Dow Jones tinha baixa de cerca de 0,70%. O Departamento do Trabalho informou que o número de pedidos iniciais de auxílio-desemprego nos EUA cresceu em 15 mil na semana encerrada no último dia 18, chegando a 478 mil solicitações iniciais do benefício. Números de pedidos acima da marca de 400 mil são vistos como sinal de uma economia em recessão.
Após a queda de ontem, os investidores buscam ações a bons preços, mas a confiança continua em baixa, tanto no mercado como entre os americanos de um modo geral. Uma pesquisa da Opinion Research Corporation para a rede americana de TV CNN mostrou ontem que os americanos rejeitam o plano de resgate financeiro promovido pelo secretário do Tesouro, Henry Paulson, e têm uma opinião negativa de seu desempenho neste cargo.
Segundo a pesquisa, 56% dos entrevistados rejeitam o plano, que prevê o uso de US$ 700 bilhões para sanear o sistema financeiro. Além disso, 64% dos questionados avalia de forma negativa o trabalho de Paulson à frente do Departamento do Tesouro, enquanto 28% o considera positivo.