postado em 24/10/2008 17:51
Os temores sobre uma recessão mundial e a queda da demanda do petróleo prevaleceram sobre a decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) em reduzir a produção da commodity. A cotação do barril em Nova York caiu quase US$ 4 nesta sexta-feira.
Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês), os contratos do barril de petróleo para entrega em dezembro recuaram 5,4% hoje em relação a sessão anterior, para fechar a US$ 64,15. Esse é o valor mais baixo desde maio de 2007. Na semana, as perdas chegam a 10,7%.
Em reunião extraordinária nesta sexta-feira, a Opep decidiu cortar 1,5 milhão de barris efetuado na cota de produção dos países-membros.
A decisão foi adotada na 150¦ conferência ministerial extraordinária da organização, prevista inicialmente para 18 de novembro, mas antecipada depois que o preço do barril de petróleo despencou para quase a metade do recorde registrado em julho deste ano, de US$ 147.
A medida foi justificada pelo risco de que o "colapso dramático, sem precedentes em velocidade e magnitude" dos preços do petróleo nos últimos três meses, ameace os projetos em andamento no setor e provoque "uma escassez de fornecimento em médio prazo".
Além disso, advertiram que a Opep, responsável por cerca de 40% da produção mundial de petróleo, não está disposta a "carregar sozinha" a tarefa de segurar os preços, e pediram aos principais concorrentes do grupo que reduzam suas ofertas.
O ministro do Petróleo da Venezuela, Rafael Ramírez, disse estar satisfeito com o corte. "É uma decisão correta e que marca o início de uma política da Opep de tirar do mercado os volumes em excesso", afirmou Ramírez.
O governo do Reino Unido considerou decepcionante o corte de produção, disse hoje o secretário britânico de Energia, Mike O´Brien. "É uma decisão decepcionante, embora pareça destinada a frear a queda dos preços (do petróleo) mais do que a aumentá-los", assinalou O´Brien.
O governo dos Estados Unidos também criticou a decisão. Segundo a Casa Branca, a decisão é "antimercado". Washington ainda reiterou que os altos preços da commodity são um peso para toda a economia mundial.
"Sempre acreditamos que o valor das commodities, incluindo o petróleo, deveria ser determinado em mercados abertos e competitivos, e não por esse tipo de decisões antimercado sobre a produção", disse o porta-voz da Casa Branca, Tony Fratto.
Com agências internacionais