Economia

Empresários querem elevar preços de produtos importados

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postado em 26/10/2008 10:15
A dois meses de 25 de dezembro e com um dólar 31% mais valorizado que há exatamente um ano, os preços da cesta de Natal ainda são uma incógnita para os empresários brasileiros. A presença de produtos importados, no entanto, já garante que o consumidor vai pagar mais caro. Pelo menos na hora de levar para casa os enfeites, as bebidas, o bacalhau e as nozes. Grande parte já está nos estoques das empresas, adquiridos antes da crise estourar e fazer a moeda norte-americana dar saltos nas últimas semanas. Há um mês, US$ 1 valia R$ 1,82. Na última sexta-feira a relação subiu para R$ 2,32. Mesmo assim, os preços serão reajustados, de acordo com representantes dos setores. Os aumentos têm uma explicação, justifica o coordenador do Programa de Administração de Varejo da Fundação Instituto de Administração (FIA), professor Cláudio Felisoni. ;Não é o fato de as empresas já terem colocado os produtos no mercado interno que vai segurar preços. O preço relevante é o de recolocação desses produtos. Os empresários vão repassar porque todos vão precisar repor seus estoques com o dólar mais alto. Sem dúvida o consumidor encontrará produtos com valores mais elevados.; De acordo com ele, os preços já estão entre 10% e 15% mais caros. Os vinhos, vindos, principalmente, dos países europeus, da África do Sul, da Austrália e da América do Sul, ficarão mais caros. Assim como o bacalhau, importado da Noruega, e as frutas secas, castanhas e nozes, vindas de Portugal, do Chile, do Canadá e dos EUA. A dúvida dos importadores é sobre o percentual de elevação. Para tentar driblar a incerteza, estão adiando ao máximo o fechamento dos negócios. Mas, de qualquer forma, os preços vão subir, avisa o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Sussumo Honda. ;Como não temos um patamar definido para o dólar, é tudo muito incerto. Mas deve ter um aumento de preços, já que o dólar não vai retornar para os patamares anteriores à crise;, afirma. Brinquedos Os brinquedos, um dos principais presentes da data comemorativa, sentirão os efeitos da valorização do câmbio. Como mais da metade dos que são embrulhados para as crianças brasileiras vêm de outros países, principalmente da China, neste ano ficarão mais caros. A dificuldade é saber quanto, já que é grande a oscilação da moeda norte-americana nos últimos dias, segundo o presidente da Associação Brasileira dos Importadores e Exportadores de Brinquedos e Produtos Infantis (Abrimpex), Eduardo Benevides. ;Mesmo já estando aqui dentro do país, as empresas devem aumentar preços visando a reposição do estoque. O que pode equilibrar é se os consumidores optarem por brinquedos mais baratos, o que poderia fazer com que os lojistas diminuam os preços para elevar vendas.; O preço médio, segundo ele, é de R$ 30 por peça. Enfeitar a casa também custará mais neste ano. Na loja do empresário brasiliense Luiz Gonzaga Rodrigues da Cunha, pelo menos 10% das mercadorias, entre elas as tradicionais luzes de Natal e papais noéis eletrônicos, serão mais onerosas que no ano passado. Mas, com medo de perder vendas, ele não pretende repassar os reajustes nos preços dos produtos que já foram adquiridos. ;É um produto sazonal, se reajustar corro o risco de só vender no ano que vem. O prejuízo acabaria sendo pior porque o capital de giro ficaria parado por um ano;, afirma.

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