postado em 27/10/2008 17:58
Os preços do petróleo se mantiveram em baixa nesta segunda-feira (27/10), atingindo novos recordes negativos durante a sessão em Nova York e Londres, onde as cotações chegaram por um momento a bater os 60 dólares, em um mercado preocupado com as conseqüências de uma recessão mundial.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril de West Texas Intermediate (designação do "light sweet crude" negociado nos EUA) para entrega em dezembro encerrou o pregão a US$ 63,22, uma queda de US$ 0,93 em relação à sexta-feira. Durante ao pregão, chegou a ser negociado a 61,30 dólares, seu nível mais baixo desde maio de 2007.
Em Londres, as cotações caíram abaixo da barreira psicológica dos 60 dólares pela primeira vez desde 16 de março de 2007, com o barril negociado a 59,02 dólares. O Brent do mar do Norte para entrega em dezembro perdeu 64 centavos no fechamento, cotado a 61,41 dólares.
Apesar de uma passagem rápida pelo terreno positivo, no momento em que a Bolsa de Nova York também registrava lucros, a pressão para baixo foi mais forte e definiu o pregão.
"Tivemos algumas más notícias sobre a atividade do mercado no estrangeiro, principalmente na Ásia", destacou John Kilduff, da MF Global.
Na China, a demanda por petróleo em setembro aumentou 2%, aumento mais fraco dos últimos 10 meses, segundo o analista.
Além disso, pela primeira vez desde 2002 o crescimento chinês em 2009 deve ser inferior a 10% por causa do impacto da crise, indicou o economista chefe do Banco Mundial.
As conseqüências de uma desaceleração econômica mundial sobre a demanda de petróleo são, atualmente, a principal preocupação dos investidores.
Essa preocupação fez com passasse quase despercebido pelo mercado o anúncio da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) informando sobre a possibilidade de um novo corte na produção, após a redução decidida na última sexta-feira.
O preço do petróleo é afetado também pela fuga de capitais, num contexto em que os investidores procuram desesperadamente por liquidez.