postado em 28/10/2008 08:34
O aumento no salário dos servidores públicos terá efeitos nos valores cobrados pelo plano de saúde mais popular entre o funcionalismo. A Geap - Fundação de Seguridade Social, que atende a 400 mil funcionários da ativa, além de outros 300 mil dependentes, estuda mudanças no preço-teto das mensalidades, que podem ficar mais caras a partir do ano que vem.
Atualmente os servidores que têm planos do Geap Saúde ; 249 mil dos 700 mil beneficiários da Geap ; pagam uma mensalidade equivalente a 8% do salário. Mas há valores mínimos, R$ 42 e R$ 150, e máximos, de R$ 166 e R$ 400, a depender se o contrato é individual ou familiar. A principal mudança se daria no teto dos planos familiares, que passariam a custar até R$ 640.
Outra alteração pode criar valores diferentes no teto, a depender do número de dependentes. Assim, aquele máximo de R$ 640 seria para famílias com seis dependentes, por exemplo, enquanto valores como R$ 480 ou R$ 520 passariam a ser cobrados dos clientes com até três e até cinco dependentes. Até aqui são exemplos. Mas as propostas em discussão prevêem até cinco escalonamentos pelo número de dependentes.
;Se for aprovada, será uma mudança justa. Como quase todos os servidores tiveram aumento, o número de pessoas que contribuem com o teto vai aumentar. E em muitos casos isso significa pagar um percentual menor que os 8%, que é a regra geral. Queremos manter o equilíbrio, senão aqueles que ganham mais serão os que pagam proporcionalmente menos;, diz a diretora-executiva da Geap, Regina Parizi.
Para a Geap, esse equilíbrio significa manter em cerca de 20% o número de beneficiários que contribui com o valor máximo. Mas com os reajustes já aprovados, a operadora calcula que a quantidade de servidores que paga o teto aumentaria para perto de 30% do total. Na prática, insiste Parizi, é como se um número maior de pessoas pagasse mensalidades inferiores àqueles 8% do salário.
As modificações fazem parte dos planos da Geap para equilibrar o orçamento de 2009, mas ainda não há uma solução escolhida ; há pelo menos cinco propostas em discussão pelo conselho diretor da operadora, que além da própria empresa reúne representantes dos maiores clientes, o INSS, e dos ministérios da Saúde e do Trabalho.
Existem sugestões para que os valores de piso e teto sejam eliminados; para que se defina um novo percentual, no lugar dos 8%; e até para que sejam incorporados ao Geap Saúde os preços do Geap Família, mais caros e oferecidos ao público que não é servidor público. A expectativa é de uma decisão até o final de novembro, à tempo da Geap encaminhar em dezembro a nova configuração financeira para o controle da Agência Nacional de Saúde Suplementar.