Economia

Fitch elogia condução da crise no Brasil

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postado em 28/10/2008 08:55
Batendo várias vezes na madeira, Peter Shaw, analista responsável por bancos latino-americanos na agência de classificação de risco Fitch, disse nesta segunda-feira (27/10) em Nova York que o Banco Central (BC) está tomando as atitudes corretas para proteger o sistema bancário brasileiro da crise mundial. Contudo, ressalvou que é preciso zelo sobre derivativos. "Derivativos merecem atenção especial. O que o regulador (o BC) pode fazer a respeito é exigir o máximo de transparência dos bancos para evitar grandes problemas", disse, após palestra da Câmara de Comércio Brasil-EUA. Derivativos são contratos de proteção contra perdas em ativos, como desvalorização cambial ou calote. São investimentos de soma zero: se o dólar cai e uma parte ganha, por exemplo, a outra perde. Shaw elogiou a medida provisória que dá poderes à Caixa Econômica Federal e ao Banco do Brasil para a aquisição de instituições financeiras e empresas. "A idéia é boa. O Brasil está agindo em medida correta, com cautela, mas com proatividade, colocando a ferramenta à frente para caso precise usá-la", disse. "O regulador brasileiro pode se dar ao luxo de observar o que os outros bancos centrais estão fazendo e escolher seus caminhos [devido à situação favorável da economia brasileira, que exige menos pressa, segundo ele]." O analista disse também que a Fitch não se guiará pela turbulência, mas por fundamentos, ao fazer a avaliação de risco dos bancos brasileiros, como também fará com outras empresas e países. "Não estamos avaliando volatilidade. Nossa preocupação não é o comportamento das empresas de um dia para o outro [mas a médio e longo prazo]". "Os bancos [brasileiros] estão conduzindo rapidamente situações individuais, geralmente realistas em sua abordagem, priorizando liquidez sobre suas metas anteriores, e ativos estão sendo uma boa fonte de liquidez", disse texto distribuído na palestra.

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