postado em 28/10/2008 12:16
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) pode cortar novamente sua produção se os preços do petróleo continuarem caindo, advertiu o secretário geral do cartel, Abdallah Salem El-Badri, nesta terça-feira (28/10) em Londres.
Em reunião de emergência na última sexta-feira (24/10), a Opep decidiu cortar a produção em 1,5 milhão de barris por dia, para tentar reverter a queda dos preços internacionais.
"Vamos ter que esperar e ver como os mercados vão reagir", afirmou El-Badri, ressaltando que se a queda de preços continuar, a organização fará um novo corte na produção.
O encontro da Opep na semana passada, originalmente planejado para novembro, foi antecipado devido às preocupações crescentes com o impacto da crise financeira no mercado de petróleo. O preço recorde do barril foi registrado em julho deste ano, a US$ 147 o barril do petróleo cru em NY. Desde então, os preços caíram a mais da metade.
Nesta terça-feira, os contratos do barril de petróleo cru para entrega em dezembro sobem na Nymex (Bolsa Mercantil de Nova York, na sigla em inglês). Às 11h27 (horário de Brasília), eram negociados a US$ 64,44, em alta de 1,93% sobre o fechamento anterior, no momento que as Bolsas mundiais operam em alta e o dólar dá uma pausa em sua apreciação.
Ontem, quando já tinha corrido a notícia de uma possível nova redução na produção da Opep, a commodity fechou em queda, com um mercado ainda mais atemorizado pelas repercussões de uma possível recessão mundial.
Na China, a demanda por petróleo em setembro aumentou 2%, a menor expansão dos últimos 10 meses, segundo o analista. Além disso, o crescimento chinês deverá ser inferior a 10% em 2009, devido ao impacto da crise, segundo o chefe de economistas do Banco Mundial, pela primeira vez desde 2002. As conseqüências de uma desaceleração econômica mundial sobre a demanda do petróleo são a principal preocupação dos investidores atualmente.