postado em 28/10/2008 12:20
Apesar de novos dados que mantém o temor de recessão global devido à crise financeira, as Bolsas americanas abriram nesta terça-feira (28/10) em alta. Os investidores aproveitam os preços baixos após dois dias seguidos de queda e, principalmente, apostam em novo corte na taxa de juros pelo Fed (Federal Reserve, o BC americano) na reunião do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto, na sigla em inglês) que começa hoje e termina amanhã.
Às 12h25 (em Brasília), o índice Dow Jones Industrial Average (DJIA), o principal indicador da Nyse (Bolsa de Valores de Nova York, na sigla em inglês), estava em alta de 2,14%, indo para 8.350,68 pontos, enquanto o S 500 avançava 1,84%, para 864,51 pontos. A Bolsa Nasdaq ganhava 1,71% no indicador Nasdaq Composite, para 1.531,61 pontos.
O Dow Jones recuou cerca de 500 pontos nas duas últimas sessões, o que animou os investidores a partir para as compras. Na Nyse, alguns dos destaques são as altas da seguradora AIG (17,04%), Citigroup (2,73%), General Eletric (4,46%) e Bank of America (2,78%).
Porém, os dados macroeconômicos não são animadores e podem fazer o mercado acionário americano mudar de rumo ao longo do pregão.
A principal delas é a confiança do consumidor americano, que caiu em outubro ao seu menor nível em 41 anos, segundo o instituto de pesquisa Conference Board. O indicador ficou em 38 pontos, contra 61,4 pontos em setembro. Os analistas do setor esperavam que ficassem em 52 pontos.
Outra má notícia veio do setor imobiliário. O preço das casas nas 20 principais regiões metropolitanas dos Estados Unidos recuou 16,6% em agosto na comparação com o mesmo mês do ano anterior, segundo o indicador S/Case-Shiller, um dos de maior peso no mercado imobiliário americano. Trata-se do maior recuo anualizado que o índice, criado em 2000, já teve. Na comparação com julho de 2006, quando o indicador teve seu pico, a perda já passa dos 20%. Além disso, pelo quinto mês seguido nenhuma das 20 cidades teve alta no preço anual.
Nas notícias corporativas, o destaque fica para a fabricante de eletrodomésticos Whirlpool, que anunciou hoje o corte de cerca de 5.000 empregos por causa da menor demanda pelos seus produtos na América do Norte e na Europa.
Dentro deste cenário, o Fomc inicia hoje sua reunião para decidir qual será a nova taxa de juros da economia americana. A tendência é que a autoridade monetária americana anuncie amanhã mais um corte nos juros, que estão em 1,5% ao ano.