Economia

FMI pode abrir crédito de curto prazo para países bem administrados

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postado em 28/10/2008 15:28
O número dois do Fundo Monetário Internacional (FMI), John Lipsky, anunciou nesta terça-feira (28/10) que a instituição está considerando a possibilidade de criar um programa de empréstimos para dar liquidez de curto prazo a "países com fundamentos sadios, temporariamente expostos a pressões de financiamento". "Como acabar com as crises econômicas e financeiras requer medidas imediatas, o Fundo estuda ativamente o lançamento de um novo programa de empréstimos de liquidez a curto prazo", afirmou Lipsky em discurso na Associação de corretores e de Mercados Financeiros (SIFMA) em Nova York, cuja transcrição foi distribuída em Washington. Lipsky não precisou as condições destes empréstimos, que se somariam aos previstos pelos estatutos atuais, destinados às economias com dificuldades profundas. Na sexta-feira, o diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, anunciou que o organismo tem a intenção de emprestar US$ 2,1 bilhões à Islândia, um dos países que teve suas contas públicas bastante abaladas pela crise financeira internacional. Devido às turbulências nos mercados, o governo da Islândia se viu obrigado a estatizar a maior parte de seu sistema bancário. Ao mesmo tempo, os juros de sua dívida dispararam e a moeda nacional perdeu 70% de seu valor. Durante a semana, o país negociou com o FMI e vários países, como Rússia, Japão e seus vizinhos nórdicos, a possibilidade de receber ajuda para sair do atoleiro. Porém, até o momento, o FMI foi o único que colocou dinheiro sobre a mesa. Ao todo, o órgão vai colocar à disposição US$ 2,1 bilhões ao longo de dois anos, assim que seu Conselho Executivo ratificar o princípio de acordo no começo de novembro. O objetivo da entidade, segundo um comunicado, é ajudar o país a "se ajustar à crise econômica de uma forma mais ordenada e menos dolorosa", dado o "colapso" de seu sistema bancário. O FMI já disse contar com US$ 250 bilhões para essas operações. A Ucrânia pode receber US$ 15 bilhões desse bolo em dois anos, segundo seu governo, enquanto o Paquistão pode precisar de US$ 10 bilhões. Outros países da leste da Europa provavelmente engrossarão a lista de pedintes, devido aos seus altos déficits em conta corrente, que os tornam dependentes do capital externo em um momento no qual os investidores fogem de ativos de risco.

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