postado em 29/10/2008 16:14
Países produtores de petróleo e empresas petroleiras advertiram nesta quarta-feira (29/10) sobre o risco de um novo choque do petróleo nos próximos anos devido à crise financeira internacional, que poderia colocar em risco os investimentos necessários para desenvolver a capacidade de produção.
"Se não prestarmos atenção, quando a recuperação (econômica) chegar, a oferta de petróleo será menos elevada do que o previsto" e "os preços vão disparar", declarou Christophe de Margerie, diretor geral da Total, na conferência anual "Oil and Money" (Petróleo e Dinheiro), em Londres.
A crise dos mercados financeiros derrubou os preços do petróleo, antecipando uma forte redução da demanda mundial em um sombrio cenário de recessão econômica.
Desta forma, os preços do petróleo perderam mais da metade de seu valor em menos de quatro meses. Nesta quarta-feira, o barril era negociado a US$ 65, menos da metade do preço de seu recorde US$ 147 dólares, alcançado no início de julho.
No entanto, ao frear o desenvolvimento das infraestruturas petroleiras, a atual crise do crédito pode ter um efeito inverso a longo prazo.
Desta forma, projetos de perfuração em locais de difícil acesso e outros planos de produção a partir de fontes não convencionais (como as áreas bituminosas), podem ser prejudicados por falta de financiamento ou pelo fato de sua rentabilidade ser considerada baixa demais.
Além disso, a capacidade mundial de produção de petróleo está cada vez mais limitada, devido à diminuição da capacidade produtiva nos campos petroleiros existentes, segundo os atores da indústria do cru.
Neste sentido, um relatório da Agência Internacional de Energia (AIE) divulgado nesta quarta-feira pelo Financial Times apontou que a falta de novos investimentos, a produção petroleira cairá 9,1% por ano.
Por este motivo, é indispensável "aumentar de forma significativa os investimentos para manter o atual nível de produção", afirmou a AIE, citada pelo jornal econômico britânico.